Diretor do FBI teria sido demitido após negar "lealdade" a Trump, diz jornal
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando assumiu o cargo em janeiro, exigiu ao ex-diretor do FBI, James Comey, "lealdade", mas este apenas lhe ofereceu "honestidade", algo que poderia ter custado seu cargo, segundo publicação feita nesta sexta-feira (12) pelo jornal "The New York Times".
O diálogo aconteceu durante um jantar privado, uma semana depois da posse de Trump, ocorrida no dia 20 de janeiro, segundo explicou Comey a alguns de seus colegas, que após sua demissão, na última terça-feira (9), falaram sob condição de anonimato ao jornal nova-iorquino.
Em um ponto da conversa, depois que Trump comemorou sua vitória nas eleições, o presidente pediu para Comey "jurar lealdade".
Este rejeitou o pedido e, em seu lugar, prometeu que sempre seria "honesto" com ele, mas insistiu em que não seria "confiável" no sentido político.
De acordo com a versão do ex-diretor do FBI, insatisfeito com a resposta, Trump pediu mais duas vezes para que ele fizesse o juramento, mas James Comey não cedeu.
Comey acredita agora que esse jantar foi "um prenúncio de sua queda", segundo o "The New York Times".
Uma porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse ao jornal que a versão do ex-diretor do FBI não se trata de um "relato preciso" do que aconteceu no jantar e que o presidente nunca exigiria "lealdade pessoal", mas ao povo e aos EUA.
A alegação de Donald Trump para a demissão de James Comey foi de suposta falha na investigação contra Hillary Clinton pelo uso de contas privadas de e-mail quando ela era secretária de Estado para comunicações com informação confidencial.
No entanto, a decisão do presidente tem gerado uma grande controvérsia, pois Comey era o responsável por comandar a investigação sobre a suposta interferência da Rússia nas últimas eleições presidenciais e a relação entre funcionários do Kremlin e membros da campanha eleitoral de Trump.
Ontem, em uma entrevista para a emissora "NBC", Donald Trump chamou Comey de "fanfarrão" e disse que o FBI estava "fora de controle" há bastante tempo.
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