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Netanyahu diz que mudar embaixada dos EUA para Jerusalém será bom para paz

14/05/2017 16h35

Jerusalém, 14 mai (EFE).- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que mudar a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém "não danifica o processo de paz, senão o contrário", em resposta às declarações do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, de que o passo deve ser estudado com detalhes por seu impacto.

"Mudar a embaixada de lugar faria o processo de paz avançar, ao corrigir uma injustiça histórica e destruir a fantasia palestina de que Jerusalém não é a capital de Israel", disse Netanyahu em um comunicado divulgado por seu escritório.

O governante insistiu que esta é a posição israelense, "pronunciada muitas vezes ao governo dos Estados Unidos e ao mundo", depois que Tillerson comentou em entrevista à "NBC" que o presidente dos EUA, Donald Trump "está sendo muito cuidadoso para entender como tal decisão (a transferência) causaria impacto no processo de paz".

Durante sua campanha eleitoral, o governante americano afirmou que estabeleceria este escritório de representação de seu país em Jerusalém, ao invés de Tel Aviv, um anúncio que topou com a rejeição dos plano dos palestinos e numerosos estados árabes.

Nenhum país tem sua embaixada na cidade santa e a transferência é interpretada como a aceitação da ocupação israelense desde 1967 de Jerusalém Leste, reclamada pelos palestinos como capital de seu estado, apesar de em 1980 ter sido anexada de maneira unilateral por Israel em uma decisão que não foi reconhecida pela comunidade internacional.

Até a data, Trump não tomou nenhuma decisão a respeito e segundo seu secretário de Estado, escuta os testemunhos das partes interessadas e está avaliando as consequências para a iniciativa de paz que pretende impulsionar.

Está previsto que Trump chegue à região no dia 22 dentro de sua primeira viagem internacional no cargo e em sua agenda inclui reuniões com Netanyahu e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, de acordo com a Casa Branca.

A semana passada e com Abás de visita em Washington, o estado-unidense se mostrou otimista sobre as possibilidades de atingir a paz entre israelitas e palestinos porque vê vontade em ambas partes e se ofereceu a exercer de "mediador", sem aprofundar.

Em fevereiro, Trump se reuniu com Netanyahu e então se desmarcou da política de seus três predecessores na Casa Branca ao pôr em dúvida que a paz deva incluir a criação de um Estado palestino, mediante a chamada "solução de dois Estados".