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Peña Nieto nega "categoricamente" espionagem contra jornalistas e ativistas

22/06/2017 20h51

Cidade do México, 22 jun (EFE).- O presidente do México, Enrique Peña Nieto, negou nesta quinta-feira que seu governo espione ativistas, jornalistas e defensores de direitos humanos, e afirmou que ordenou à Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue as acusações feitas nesse sentido.

"Somos um governo que condena de maneira categórica qualquer intervenção na vida privada de ativistas ou de qualquer pessoa", disse Peña Nieto durante a inauguração do Parque Industrial de Lagos de Moreno, no estado de Jalisco.

No último dia 19 de junho, o jornal "The New York Times" denunciou que a jornalista Carmen Aristegui e o diretor do Centro de Direitos Humanos Miguel Agustín Pro Juárez, Mario Patrón, foram espionados através de um programa chamado "Pegasus".

"Em uma democracia, não cabe intervir de maneira ilegal na vida privada de nenhum cidadão", disse o presidente.

Peña Nieto indicou que pediu à PGR que faça as investigações correspondentes a partir das denúncias apresentadas para que, com celeridade e prontidão, os responsáveis possam ser punidos.

Além disso, o presidente disse que o México conta com tecnologia que é utilizada apenas para manter as condições de segurança da sociedade e para combater o crime organizado.

"Às vezes nos sentimos espionados. Eu, como presidente, também recebi mensagens cuja fonte ou origem desconheço. No entanto, em todo caso, procuro ser cuidadoso com quem falo por telefone. Não haverá alguém que exiba em algum momento alguma conversa minha. Já ocorreu, já passou", afirmou Peña Nieto.

O presidente destacou que ninguém pode afirmar que seu governo tenha sido condescendente ou não tenha tolerado a crítica. E disse reconhecer que opiniões divergentes enriquecem o Executivo.

"É muito fácil classificar o governo como uma entidade que espiona. Nada é mais falso do que isso", apontou.

Peña Nieto afirmou que nenhuma das pessoas que se diz gravada pelo governo pode mostrar evidências de que suas vidas tenham sido afetadas por "supostas intervenções e espionagens".