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Coreia do Norte diz que tratou Otto Warmbier de maneira "humanitária"

23/06/2017 10h27

Seul, 23 jun (EFE).- A Coreia do Norte afirmou nesta sexta-feira que dispensou a Otto Warmbier, o turista americano que morreu esta semana após permanecer 17 meses detido no país, um atendimento médico "honesto" e "humanitário", e negou tê-lo torturado ou maltratado.

"Ainda que não tivéssemos razão alguma para mostrar misericórdia por semelhante criminoso de um estado inimigo, demos cuidado e tratamento médico com total honestidade e sob fundamentos humanitários até seu retorno aos EUA", diz o comunicado da agência estatal "KCNA".

É a primeira vez que Pyongyang se pronuncia após a morte de Warmbier, de 22 anos.

O texto considera, além disso, que as acusações de tortura e maus-tratos ao estudante "não têm base".

"O fato de Warmbier morrer repentinamente menos de uma semana após seu retorno aos EUA em um estado de saúde com indicadores normais também é um mistério para nós", acrescenta.

"Para deixar claro: nós somos a principal vítima deste incidente e não há conclusão mais absurda do que estabelecer que não sabemos como calcular o que podemos ganhar e perder (com um episódio deste tipo)", afirma o texto.

Warmbier, que passou 17 meses detido na Coreia do Norte supostamente por roubar um cartaz de propaganda política durante uma viagem turística, foi devolvido ao seu país no último dia 13 de junho e morreu seis dias depois.

O estudante estava há mais de um ano em coma, no qual aparentemente entrou pouco após sua última aparição em público, durante seu julgamento em Pyongyang em março de 2016.

O regime norte-coreano alega que Warmbier sofria de botulismo, foi medicado com um comprimido para dormir e não voltou a acordar, uma versão que sua família rejeita e da qual as autoridades americanas duvidam, condenando duramente o tratamento dado pela Coreia do Norte ao jovem.

Nos últimos anos, o regime norte-coreano deteve vários americanos que estavam em seu território e depois os usou como moeda de troca para obter concessões de Washington, com quem tecnicamente se mantém em guerra desde 1950.

Atualmente, Pyongyang mantém presos outros três americanos, além de seis sul-coreanos e um canadense, todos acusados de cometer crimes contra o Estado.