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Trump diz ser frustrante que encarregado de investigação seja amigo de Comey

Trump discursa em piquenique nos jardins da Casa Branca nesta quinta-feira (22) - Nicholas Kamm/AFP Photo
Trump discursa em piquenique nos jardins da Casa Branca nesta quinta-feira (22) Imagem: Nicholas Kamm/AFP Photo

Em Washington

23/06/2017 03h20

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou nesta quinta-feira (22) ser "muito frustrante" que o promotor especial encarregado de investigar a ingerência russa nas eleições de 2016, Robert Mueller, seja "amigo" de James Comey, o ex-diretor do FBI, demitido pelo governante e que estava à frente da investigação.

"É muito, muito amigo de Comey, o que é muito frustrante", disse Trump, em uma entrevista gravada na quinta e que será transmitida nesta sexta-feira (23) no programa matutino de televisão "Fox and Friends".

O governante respondia, desta forma, em um pequeno trecho antecipado pela "Fox News", a questionamento sobre se Mueller, nomeado no mês passado pelo Departamento de Justiça para investigar de forma independente as possíveis ligações entre a campanha de Trump e o Kremlin, deveria se retirar por conta do cargo devido a sua amizade com Comey.

Apesar considerar "muito frustrante" essa amizade, Trump não chegou a pedir que Mueller se retirasse ou fosse demitido do cargo, e disse simplesmente que "precisa ver" o que acontece.

Trump disse, mais uma vez, que ele não esteve envolvido na "obstrução" da justiça, uma possibilidade que surgiu por causa do depoimento de Comey no Senado e que, segundo relatórios da imprensa, está investigando Mueller.

"Não houve obstrução, não houve conspiração (com a Rússia). Houve vazamento (de informação confidencial) por parte de Comey, mas não houve nenhuma conspiração ou obstrução, e praticamente todos concordam com isso", afirmou Trump.

O presidente também se queixou que "todas as pessoas contratadas" por Mueller para a sua equipe de investigação "eram simpatizantes de Hillary Clinton", sua rival nas eleições presidenciais do ano passado.

Comey, que foi demitido por Donald Trump no início de maio e que era responsável pela investigação sobre a Rússia, prestou depoimento há duas semanas no Senado e revelou a sua versão das preocupantes "conversas que manteve com o governante nos últimos meses".