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Trump pede que o foco seja Obama, ao se investigar a ingerência russa

24/06/2017 21h15

Washington, 24 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu neste sábado que se ponha o foco no seu antecessor, Barack Obama, na hora de investigar os ataques russos destinados supostamente a influir nas eleições de 2016.

Trump usou o Twitter para perguntar pela terceira vez esta semana por que Obama não agiu ao ser informado em agosto de 2016 que a Rússia estava tentando interferir nas eleições.

"Já que o governo Obama sabia antes das eleições de 2016 que os russos estavam se intrometendo, por que não agiu? Ponham o foco neles, não em 'T' (inicial de Trump)!", disse o presidente no Twitter.

Trump se referiu assim a um extenso artigo publicado na sexta-feira pelo jornal "The Washington Post", que assegura que Obama recebeu no começo de agosto de 2016 um relatório extremadamente secreto da CIA baseado em fontes do Governo russo sobre a ingerência do Kremlin no processo eleitoral americano.

O artigo descreve as deliberações internas da Casa Branca para responder ao ataque russo e diz que, ainda que muitos ex-assessores de Obama tenham defendido o jeito que o Governo lidou com a situação relativa à Rússia, também há quem se arrependa dessa gestão.

No Twitter, Trump comentou sobre a declaração desse indivíduo e se perguntou se as ações de Obama buscavam não prejudicar a democrata Hillary Clinton, rival de Trump nas eleições.

"Um funcionário do governo Obama disse que se 'enrolaram' quando se tratou de agir na intromissão da Rússia nas eleições. Não queriam ferir Hillary?", disse Trump.

Segundo "The Washington Post", o relatório secreto da CIA que Obama recebeu "detalhava a implicação direta do presidente russo, Vladimir Putin, em uma campanha cibernética para perturbar e desacreditar a corrida presidencial americana", com o objetivo de "ajudar a escolher" Trump.

Nesse momento, o governo de Obama começou a debater várias opções para deter a Rússia, e finalmente preferiu em dezembro um pacote moderado de sanções que incluía a expulsão de 35 diplomatas do país.

Obama também aprovou outra medida que até agora não tinha sido revelada: a implantação de armas cibernéticas na infraestrutura russa, "o equivalente digital de bombas que poderiam ser detonadas" se a tensão bilateral aumentasse, segundo o "Post".