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Trump acusa "NYT" de frustrar plano dos EUA para matar líder do EI

SAUL LOEB/AFP
Imagem: SAUL LOEB/AFP

Em Washington

22/07/2017 13h10

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou neste sábado o jornal "The New York Times" de "frustrar" um plano do seu governo para matar o líder do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al Baghdadi, sem dar mais detalhes sobre sua denúncia.

"O fracassado 'New York Times' frustrou uma tentativa dos EUA para matar o terrorista mais procurado, Al Baghdadi. (Puseram) seus enfermiços interesses acima da segurança nacional", escreveu Trump em um de uma longa fileira de tweets no início dessa manhã.

O presidente americano não deu detalhes sobre como o jornal nova-iorquino pôde ter desbaratado uma operação militar ou de inteligência contra o líder do grupo jihadista.

Esse tweet foi publicado poucos minutos depois de a emissora de televisão "Fox News", que Trump costuma assistir toda amanhã, transmitir uma matéria que incluía comentários sobre Al Baghdadi de um comandante americano, o general Tony Thomas, chefe do Comando de Operações Especiais do Pentágono.

Em uma conferência durante o Fórum de Segurança de Aspen (Colorado), Thomas disse nesta sexta-feira que as forças americanas estiveram "particularmente perto" de encontrar Al Baghdadi em meados de 2015, após uma operação na qual conseguiram muita informação sobre o EI.

"Tínhamos uma pista muito boa. Por azar, ela foi vazada a um importante jornal nacional cerca de uma semana depois e essa pista se perdeu", afirmou Thomas na conferência.

A "Fox News" indicou que o general parecia referir-se a uma informação publicada no "NYT" em junho de 2015, que dizia que as agências de inteligência americanas tinham extraído "informação valiosa" da operação, incluindo dados sobre a forma de operar de Al Baghdadi.

O "NYT" assegurou hoje que o Pentágono não lhes transmitiu nenhuma objeção sobre o artigo ao ser consultado antes da sua publicação em 2015, e que nenhum funcionário americano tinha se queixado em público sobre o mesmo até agora.

Trump manteve uma relação ambivalente com o "NYT" desde que chegou ao poder, no último mês de janeiro, uma vez que, mesmo que o acuse reiteradamente de manipular informação, também já deu entrevistas exclusivas a alguns de seus jornalistas.

Os rumores sobre a morte de Al Baghdadi surgiram em várias ocasiões nos últimos anos, e o mais recente veio do Observatório Sírio de Direitos Humanos, que anunciou que tinha confirmado a morte do terrorista por meio de fontes que incluíam "líderes de primeira e segunda linha do EI".

No último dia 16 de junho, o Ministério de Defesa russo revelou que Al Baghdadi poderia ter morrido no dia 28 de maio em um bombardeio da aviação russa ao sul da cidade de Raqqa, bastião dos extremistas na Síria, algo que até agora nenhuma outra fonte pôde corroborar.

Nesta mesma semana o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, indicou que os serviços de inteligência russos estão tentando verificar se Al Baghdadi está vivo ou morto.

Por sua vez, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, disse nesta sexta-feira que, "até que não veja seu corpo", assumirá que Al Baghdadi segue vivo, e reforçou que o governo americano não tem provas da morte do líder terrorista.