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Maduro pede diálogo com a oposição por acordo de convivência

23/07/2017 17h51

Caracas, 23 jul (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, insistiu neste domingo para que a oposição inicie um novo processo de diálogo político, com o objetivo de alcançar um acordo de convivência para tirar o país da crise.

"Eu estou pronto para chegar a um acordo de paz, de convivência nacional e a um ciclo de diálogo e conversações em função dos interesses da Venezuela, única e exclusivamente. Estou pronto e preparado", disse Maduro durante seu programa semanal de televisão, transmitido pelo canal estatal "VTV".

O governante pediu para a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) reconhecer "que o chavismo é maioria social, cultural e indica ser a maioria política novamente na Venezuela", em alusão à eleição da Assembleia Nacional Constituinte, prevista para o dia 30 de julho.

"Se houvesse eleições presidenciais hoje, o chavismo voltaria a ganhar a Presidência da República", afirmou Maduro, após criticar que a MUD tenha decidido não participar da Constituinte, que escreverá uma nova Constituição, por considerá-la fraudulenta e uma forma de "consolidar a ditadura" no país.

O presidente venezuelano pediu que o chefe do Parlamento, o opositor Julio Borges, assuma a responsabilidade como representante do antichavismo e "retifique" porque "depois vai ser tarde".

"Se não for assim, o mais prejudicado será a própria oposição política, porque não vão nos impedir sob nenhum aspecto", prosseguiu.

Maduro acredita que um acordo de convivência no país estimulará "a recuperação definitiva da economia", motivo pelo qual convocou os opositores para dialogar "com a participação de quem decidirmos que participará".

"O pior erro que (os opositores) estão cometendo é superestimar as suas forças, hoje cansadas, e subestimar as forças bolivarianas, hoje moralizadas, ativas e prontas para ir à rua e ganhar esta batalha com votos, em paz", sustentou.

A MUD anunciou uma "fase superior" de luta para impedir que se concretize a eleição do próximo domingo. Entre as iniciativas está uma greve geral de 48 horas que começará na quarta-feira e uma passeata em Caracas na sexta-feira. No entanto, Maduro insistiu neste domingo em que a Constituinte "já é uma realidade".

Dentro do chavismo e da oposição houve contradições a respeito da retomada de uma mesa formal de conversas que foi suspensa em janeiro, após quatro meses de reuniões, pelo suposto descumprimento dos acordos, algo do qual ambas as partes se acusam mutuamente.