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Pai de Charlie Gard lamenta demora para tratar seu filho

24/07/2017 13h52

Londres, 24 jul (EFE). - O britânico Chris Gard, pai do bebê em estado terminal Charlie Gard, lamentou o "muitíssimo tempo gasto" no caso do seu filho, a ponto de chegar a um estágio "sem volta" para ele.

Em comunicado lido nas proximidades da Suprema Corte do Reino Unido, Gard apontou que ele e a mulher, Connie Yates, decidiram deixar a luta judicial que mantinham com o Hospital Great Ormond Street por considerar que "agora a perspectiva de conseguir melhora é muito baixa". O menino, de 11 meses, tem a síndrome de depleção do DNA mitocondrial - uma doença genética raríssima e incurável que provoca a perda da força muscular e danos cerebrais.

O hospital defende o desligamento das máquinas que permitem que Charlie continue vivo. Os pais, por sua vez, tentavam levá-lo para fazer um tratamento experimental nos Estados Unidos, mas desistiram hoje.

"Muito tempo foi gasto. Se o tratamento tivesse começado antes, meu filho teria tido a chance de ser um criança normal e saudável. Tivemos a oportunidade, mas não nos permitiram dar a ele", afirmou.

Emocionado, o pai disse que o filho era um "lutador" e que foi capaz de tocar "mais pessoas neste mundo nos seus 11 meses de vida do que muitas pessoas em toda a vida".

Conforme o último exame, os músculos de Charlie se deterioraram e o dano provocado é "em grande parte irreversível". Ainda que o tratamento experimental funcionasse, sua qualidade de vida agora não seria a desejada.

Ele afirmou que o casal sempre tentou o melhor para o bebê e que agora decidiram "deixá-lo ir" pela única "razão" de que "a perspectiva que conseguir melhora é, infelizmente, muito pequena".

Chris Gard e Connie Yates lutaram para que o seu filho fosse levado aos Estados Unidos, onde receberia um tratamento experimental. Ambos protagonizaram uma campanha internacional e contaram com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do papa Francisco.

A Suprema Corte, que analisava o caso, tinha previsto decidir amanhã se autorizava ou não que o pequeno fosse ao exterior se tratar.