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Procuradora-geral diz que Maduro quer "se perpetuar no poder"

25/07/2017 13h56

Caracas, 25 jul (EFE).- A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, declarou em uma entrevista ao jornal "El Nacional" que o presidente, Nicolás Maduro, tenta "se perpetuar no poder" através da Assembleia Nacional Constituinte que convocou para o próximo domingo.

"(Maduro tenta) se perpetuar no poder, infestar o povo de fome e miséria, repressão, angústia e desesperança. A Constituinte foi promovida sob ameaças. Se for concretizada, haverá mais miséria, mais insegurança, mais incerteza, mais desesperança, mais tristeza e mais opressão", comentou.

Ortega Díaz rompeu com o chavismo em março, quando denunciou supostos atropelos do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que emitiu duas sentenças para limitar os poderes do Parlamento, que é controlado pela oposição.

A procuradora-geral já denunciou que a Constituinte "deve ser convocada pelo povo, "e não pelo presidente Maduro, o que a transformou em uma das vozes mais críticas a este processo e ao governo venezuelano dentro das instituições.

No entanto, ao longo da entrevista, ela evitou se definir como opositora porque não se considera "de um lado ou do outro" do conflito político no país, apenas fiel à Constituição e às leis. "Não é ser oposição ou governo, mas a instituição", explicou.

Porta-vozes do chavismo, como o vice-presidente do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, afirmaram que remover Ortega Díaz do seu cargo deve ser uma das primeiras decisões da Assembleia Nacional Constituinte.

Apesar disso, a procuradora-geral disse se sentir "fortalecida" e com "mais valor" mesmo com as críticas dos ex-colegas. "Se pretendiam me machucar, o efeito foi o contrário", acrescentou.