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Al Qaeda cria sua primeira filial na Caxemira indiana

27/07/2017 10h56

Nova Délhi, 27 jul (EFE).- A rede terrorista Al Qaeda anunciou a criação de um novo grupo jihadista na Caxemira indiana utilizando a imagem de um jovem insurgente separatista cuja morte em julho de 2016 suscitou os maiores protestos nos últimos anos nesta região disputada pela Índia e pelo Paquistão.

"Um novo movimento da Jihad foi fundado pelos camaradas do mártir Burhan Wani sob a liderança do combatente Zakir Musa", afirma o escritório de imprensa da Al Qaeda para o Subcontinente Indiano (AQIS) em um comunicado no seu canal da rede social Telegram.

Wani, um conhecido comandante da formação separatista caxemir Hizbul Mujahideen (HM), morreu há um ano em uma operação das tropas indianas, o que suscitou uma onda de protestos violentos que se saldaram com mais de cem mortos, milhares de feridos e meses de toque de recolher intermitente na região.

"Após o martírio do heróico combatente Burhan Wani, a Jihad em Caxemira entrou em uma etapa de despertar (...) para repelir as agressões dos tiranos invasores indianos e, através da Jihad, libertaremos a nossa pátria Caxemira", destaca Al Qaeda na nota.

O novo grupo foi batizado como Ansar Ghazwat-ul-hind e estará liderado por Musa.

A Caxemira é palco habitual de ataques insurgentes contra as tropas indianas e neste ano cerca de uma centena de insurgentes e 40 membros das forças de segurança morreram em enfrentamentos, operações e ações terroristas.

A Índia acusa o Paquistão de patrocinar terroristas que atentam em território indiano com a intenção de dar fôlego ao movimento independentista na Caxemira.

Situada aos pés do Himalaia, a Caxemira é a única região indiana com maioria muçulmana e o Paquistão exige a sua completa soberania desde a partilha do subcontinente e a independência do Império britânico em 1947.

As duas nações travaram várias guerras e conflitos menores por este território, separado por uma fronteira provisória que divide a Caxemira em duas e que é uma das zonas mais militarizadas do mundo. EFE

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