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Governo da Venezuela proíbe manifestações que possam atrapalhar Constituinte

27/07/2017 15h23

Caracas, 27 jul (EFE).- O governo da Venezuela anunciou nesta quinta-feira que estão proibidas, a partir de amanhã, todas as manifestações públicas que possam atrapalhar a realização da eleição dos representantes da Assembleia Nacional Constituinte no domingo, alertando também que aqueles que descumprirem a determinação poderão sofrer sanções penais.

"Estão proibidas em todo o território nacional as reuniões e manifestações públicas, concentrações de pessoas e qualquer ato similar que possam perturbar ou afetar o normal desenvolvimento do processo eleitoral", disse o ministro do Interior, Néstor Reverol, em um discurso transmitido em rede nacional de televisão.

"Quem organize, apoie ou instigue a realização de atividades dirigidas a perturbar a organização e o funcionamento do serviço eleitoral ou da vida social do país será punido com prisão de cinco a dez anos", completou o ministro.

A Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição ao governo, convocou para amanhã uma mobilização batizada como "tomada de Caracas". É mais um ato para pressionar o presidente do país, Nicolás Maduro, a retirar a proposta de Constituinte.

Além disso, as Forças Armadas da Venezuela tomarão o controle de vários órgãos estatais e municipais da Polícia amanhã. Os militares ficarão nesses locais até o processo eleitoral de domingo.

"Credenciamos um grupo de oficiais da Força Armada Nacional Bolivariana (...) que estará encarregado e terá o controle operacional dos corpos estatais da Polícia e 19 corpos municipais de Polícia", anunciou Reverol em um discurso conjunto com os ministros de Defesa e a presidente do Poder Eleitoral.

Reverol também antecipou a adoção de medidas habituais em dias de eleições, como uma maior fiscalização das fronteiras do país e a proibição de venda de bebidas alcoólicas. Foram proibidas também a comercialização de fogos de artifício.

As eleições dos representantes para a Constituinte ocorrem em meio a vários atos de desobediência civil promovidos pela oposição para impedir um processo considerado como fraudulento.

Governadores e prefeitos da oposição têm o controle alguns órgãos regionais de Polícia, que receberão intervenção das Forças Armadas a partir de amanhã, segundo o anúncio feito hoje.