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Rússia tacha de "provocação intencional" incidente com avião russo na Romênia

28/07/2017 14h56

Moscou, 28 jul (EFE).- A Rússia tachou nesta sexta-feira de "provocação intencional que prejudica seriamente as relações bilaterais" a decisão das autoridades romenas de fechar seu espaço aéreo a um avião com mais de 160 passageiros a bordo, no qual viajava o vice-primeiro ministro russo, Dmitri Rogozin, sancionado pela União Europeia (UE).

O Ministério de Relações Exteriores russo convocou o encarregado de negócios da embaixada romena em Moscou para expressar-lhe "um enérgico protesto" pelo incidente, que prejudicou todos os passageiros do voo da companhia russa S7 que cobria a rota entre Moscou e Chisinau, capital da Moldávia.

"Em Moscou entendemos que este incidente é uma provocação intencional, que prejudica seriamente as relações bilaterais. Salientamos que se pôs em perigo a segurança de mais de 160 passageiros do voo, que também não puderam chegar na hora ao seu destino", destaca uma nota divulgada no site da chancelaria russa.

O avião, que estava ficando sem combustível, teve que dar a volta e aterrissar no aeroporto bielorusso de Minsk.

"A torre de controle de Bucareste se comunicou com o avião para comprovar a lista de passageiros e confirmar que a bordo viajava a delegação (russa). Proibiram o avião de entrar em seu espaço aéreo", explicou aos jornalistas o próprio Rogozin, vetado pela UE por seu papel na crise da Ucrânia.

Os pilotos "se comunicaram com Budapeste para pedir uma aterrissagem técnica para reabastecer combustível, mas a Hungria também lhe negou a entrada em seu espaço e a aterrissagem", acrescentou.

"As autoridades romenas puseram em perigo a vida dos passageiros, entre os quais havia mulheres e crianças. Só havia combustível para chegar a Minsk. Eles pagarão por isso, vermes", escreveu Rogozin em sua conta no Twitter.

O vice-primeiro ministro russo dirigia-se à Moldávia para reunir-se com o presidente desse país, Igor Dodon, e para participar nos atos que festejam o 25º aniversário da missão de paz russa em Cisdniester, região separatista moldava que autoproclamou sua independência em 1990.

Cisdniester, região de maioria russa e ucraniana, rompeu os laços com a Moldávia após um conflito armado (1992-1993) em que contou com ajuda russa, cujas forças armadas seguem presentes na região para garantir a manutenção da paz.