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Parlamento venezuelano comemora "derrota" de um governo que "inventa" votos

31/07/2017 14h27

Caracas, 31 jul (EFE).- O parlamento da Venezuela, de maioria opositora, comemora nesta segunda-feira o que considera a "derrota" do governo de Nicolás Maduro nas eleições da Assembleia Nacional Constituinte realizadas neste domingo, cujos resultados, segundo a Assembleia Nacional, foram "inventados".

"A realidade política é que ontem o povo venezuelano derrotou o governo de maneira contundente", disse o presidente do parlamento, Julio Borges, que indicou que esta derrota deve dar "mais força" e "mais determinação" aos venezuelanos para "continuar adiante na luta".

Borges deu estas declarações a jornalistas na sede do palácio legislativo, ao qual chegaram desde muito cedo os deputados opositores para resguardar o recinto perante a possibilidade que fosse tomado pelo oficialismo para instalar a Assembleia Constituinte eleita ontem com o apoio único do chavismo.

Precisamente após a chegada dos parlamentares opositores, um grupo de coletivos ligados ao governo rodeou o palácio e impediu a entrada de fotógrafos e de outros jornalistas.

Borges opinou ainda que "este passo final" do oficialismo, de ter avançado com a Constituinte para mudar a Carta Magna apesar da rejeição da oposição e do chavismo crítico, mostra que se trata de "um governo tão desesperado, tão débil que tem que inventar oito milhões de votos que não existem".

Por sua parte, o deputado Henry Ramos Allup disse esperar que "não pretendam dissolver um poder eleito legitimamente" como é a Assembleia Nacional.

No entanto, poucos minutos após o Poder Eleitoral anunciar os resultados destas eleições, o presidente Nicolás Maduro assegurou que o parlamento devia ser "revisado" e suspender a imunidade de alguns parlamentares.

"Nós vamos continuar cumprindo com os nossos deveres aqui e em qualquer lugar. Se tomarem de assalto, pelas armas como costumam fazer, o palácio federal, nós temos que fazer sessões em outro lugar", comentou Ramos Allup.

A Constituinte foi eleita ontem em meio a protestos que foram reprimidos pelas forças de segurança, deixando um saldo de 10 mortos, segundo dados do Ministério Público.