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Doze pessoas são detidas durante Marcha do Orgulho LGBT em Jerusalém

03/08/2017 14h38

Jerusalém, 3 ago (EFE).- Doze pessoas foram detidas nesta quinta-feira, uma delas com uma faca, durante a realização da Marcha do Orgulho LGBT em Jerusalém, depois que em 2015 um ultra-ortodoxo judeu esfaqueou seis participantes e matou uma adolescente.

Agentes da polícia controlam todo o percurso do evento LGBT pelo centro de Jerusalém, cidade santa para três religiões monoteístas.

"Milhares de pessoas participam da marcha, unidades da Polícia fazem a segurança do evento. Até agora doze pessoas foram detidas, incluída uma com uma faca", disse o porta-voz policial Micky Rosenfeld.

Desde a primeira hora da tarde local, os agentes estão presentes nas ruas incluídas na rota, à qual foi proibido o acesso desde horas antes do início do desfile.

Uma pessoa de 33 anos residente no centro do país e que postou na rede social Facebook ameaças contra este ato foi detida e levada perante os tribunais, que a proibiram de entrar em Jerusalém até amanhã.

A Casa Aberta de Jerusalém, que organiza o evento, distribui pulseiras aos simpatizantes que se aproximam no Liberty Bell Park, de onde a marcha irá partir, sob ameaça sempre de extremistas ultra-ortodoxos judeus, que mostram a rejeição abertamente e a qualificam de "abominação".

O ultra-ortodoxo Yishai Schlisel perpetrou um ataque durante o desfile de 2015 no qual matou Shira Banki, uma adolescente de 16 anos, e esfaqueou outros seis participantes.

As Forças de Segurança foram muito criticadas então porque Schilisel tinha saído semanas antes da prisão, depois de ter cumprido uma pena de dez anos por ter tentado perpetrar uma ação similar em 2005 contra a mesma marcha, que considera "blasfema" e "vergonhosa".

O superintendente da polícia, Dacar Eshel, declarou aos meios que esse corpo é responsável para que "a marcha transcorra sem nenhum obstáculo", informou o site "Ynet".

Nos últimos dias, a polícia "manteve conversas preventivas" com suspeitos de querer agir contra os manifestantes, assegurou.

"O tema principal do encontro deste ano será a religião no mundo LGBT e também direitos como o da adoção, em um país onde não há separação entre Estado e religião" em matéria de família, disse à Agência Efe um porta-voz da Casa Aberta.