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Bélgica propõe punir príncipe Laurent por reunião em embaixada chinesa

07/08/2017 14h00

Bruxelas, 7 ago (EFE).- O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, propôs nesta segunda-feira ao governo ativar o procedimento de aplicar uma sanção "proporcional" ao príncipe Laurent, o mais novo dos três filhos de Alberto II, por se reunir com autoridades chinesas em 19 de julho sem permissão do Executivo, informou o jornal "Le Soir".

Essa multa poderia se materializar através de uma retenção parcial da dotação do aristocrata para o ano 2017, que chega a 308 mil euros, segundo afirmou o porta-voz do premiê, Barend Leyts, à emissora "VRT".

Laurent, um dos membros mais criticados da família real pelos seus escândalos, participou de um ato realizado na embaixada da China na Bélgica para celebrar o 90° aniversário do Exército Popular da Liberdade.

O próprio Laurent publicou em 29 de julho no seu perfil da rede social Twitter uma imagem do evento na qual aparece cortando um bolo na sede diplomática, acompanhado por militares belgas e dignatários do gigante asiático.

Desde o Palácio, a decisão de exigir uma sanção a Laurent foi tomada com a autorização do rei Filipe da Bélgica.

O irmão do monarca afirmou que assistiu à comemoração em resposta a um "convite pessoal", mas o jornal "La Libre Belgique" assegurou que ele que não solicitou a autorização do premiê para participar em um evento no qual estavam presentes autoridades estrangeiras, tal e como é obrigado a fazer.

Após vários incidentes similares, o próprio Michel já tinha ameaçado suspender ou reduzir ao príncipe Laurent sua dotação anual, pela qual seria necessário a autorização do Parlamento federal, e finalmente hoje foi iniciado o procedimento para sancionar o nobre.

Antes da realização deste anúncio, o governante belga tinha pedido aos seus colaboradores recopilar "todos os elementos necessários" para conhecer de forma objetiva a situação, indicou o "Le Soir", onde também assegurou que Michel não escondeu sua "irritação" pelo fato, segundo o seu entorno.

Representantes dos partidos liberal (VLD), regionalistas moderados (NV-A) e juventude Democrata-cristã (CD&V) exigiram neste mesma segunda-feira a reabertura do debate sobre a dotação dos príncipes belgas não herdeiros.