Cuba celebra dia em que Fidel Castro completaria 91 anos

Cuba lembra neste domingo (13) o dia em que Fidel Castro completaria 91 anos, o primeiro aniversário após a morte do líder há nove meses, com uma série de homenagens e uma ampla cobertura da imprensa estatal, que ressaltam seu legado.

Exposições de fotografia, inaugurações de obras, apresentações de livros, conferências, concertos, competições esportivas foram realizadas nos últimos dias em memória de Fidel Castro, que morreu no dia 25 de novembro de 2016, aos 90 anos, dez anos após deixar o poder nas mãos de seu irmão, Raúl Castro.

Em uma das homenagens, um grupo de 91 jovens visitou o Comando Geral do Exército Rebelde, em La Plata, em uma região de Sierra Maestra, onde Fidel obteve a vitória revolucionária de 1959.

Outros 30 jovens artistas e escritores do grupo "Irmãos Saíz" escalaram o Pico Turquino, o mais alto de Cuba, na mesma serra.

Hoje, toda a imprensa estatal dedica amplo espaço para ressaltar a figura do "gigante moral e político" Fidel, lembrando passagens da sua vida como "eterno Comandante" e seu pensamento.

O jornal "Juventude Rebelde" dedica um suplemento especial com vários artigos, nos quais destaca a relação de Fidel com os jovens. O ex-líder é considerado um "homem inspirador de sonhos", que primeiro tinha sabido travar batalhas no mundo real. Outro texto ressalta a política externa de Cuba.

O site oficial "Cubadebate" propõe uma seleção de frases de diversas personalidades do mundo sobre o "Comandante", para que todos vejam como Fidel era enxergado fora da ilha, e também publica artigos acompanhados de várias fotos e vídeos.

As comemorações começaram nas últimas semanas, culminando neste 13 de agosto, dia no qual nasceu Fidel Castro na zona rural de Birán, na província de Holguín. Diversos jovens foram para lá ontem para acompanhar onde o líder nasceu e para prestar homenagens.

Entre as várias exposições abertas na ilha nas últimas semanas está a "Fidel, retrato íntimo", que reúne 12 fotos tiradas pelo filho do líder, o fotógrafo Alex Castro, nos encontros do "Comandante" com várias personalidades, como o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, morto em 2013, o papa e o escritor colombiano Gabriel García Márquez, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura.

Na abertura da exposição em Havana, Alex disse que, além do estadista, quis mostrar a "pessoa amável e carinhosa que ele costumava ser, sem nenhum escudo intermediário".

O filho mais velho do "Comandante", Fidel Ángel Castro, lembrou publicamente do pai no encerramento da primeira campanha de alfabetização tecnológica ontem. A iniciativa ensinou 58.441 pessoas a usar dispositivos eletrônicos e ter acesso a internet, uma medida que, segundo Fidel Ángel, alegraria muito o ex-líder cubano e que seria o "melhor presente" por seu aniversário de 91 anos.

Santiago de Cuba, onde estão os restos mortais de Fidel, também é palco de muitas das homenagens, entre elas um painel que mostrou os fortes vínculos desta cidade do leste de Cuba com a primeira ação armada da revolução: o ataque ao quartel Moncada.

Segundo o pesquisador Manuel Fernández, em Santiago, Fidel percebeu pela primeira vez a "maravilhosa coexistência do mar, da cidade e da Sierra Maestra". E de lá começou a se rebelar contra o autoritarismo. As influências vindas dos locais e dos professores, de acordo com Fernández, formaram a personalidade do ex-líder.

Em Havana, uma das comemorações mais destacadas acontecerá neste domingo, no Centro Histórico, onde se anunciará a delegação que representará a capital cubana no Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, que será realizada na cidade de Sochi, na Rússia.