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Vice-presidente dos EUA diz que uma "ditadura" na Venezuela é "inaceitável"

Mike Pence discursa em conferência de imprensa em Cartagena neste domingo (13) - AFP Photo
Mike Pence discursa em conferência de imprensa em Cartagena neste domingo (13) Imagem: AFP Photo

Em Cartagena (Colômbia)

13/08/2017 23h12

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, disse neste domingo (13) na cidade colombiana de Cartagena que é "inaceitável" uma "ditadura" na Venezuela e que a Casa Branca vai continuar pressionando o governo do país para que se restaure a democracia.

"Uma ditadura na Venezuela é totalmente inaceitável não só para o nosso presidente e para os Estados Unidos, mas também para os líderes de toda a região", disse Pence em coletiva de imprensa conjunta com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.

Pence, que neste domingo começou em Cartagena uma viagem por Colômbia, Argentina, Chile e Panamá, se referiu à crise que a Venezuela vive depois de se reunir com Santos.

O vice-presidente americano afirmou que, enquanto nos últimos 30 anos a democracia cresceu de norte a sul do continente, a Venezuela pegou "o caminho exatamente oposto" com o governo do presidente Nicolás Maduro.

"Na Venezuela, vimos a tragédia da tirania diante de nossos olhos", declarou Pence, mencionando a penúria que o povo do país sofre por causa da crise política, econômica e social em que está afundado.

Pence disse que "o povo venezuelano, que já foi livre, agora tem que suportar a brutalidade do regime de Maduro" e que ninguém que foi rico escolhe "passar da prosperidade para a pobreza".

"Estados Unidos, Colômbia e as nações livres da América Latina não vão ficar quietos. A Venezuela está a caminho da ditadura e, como disse o presidente Donald Trump, 'os Estados Unidos não vão ficar tranquilos'", declarou Pence.

Ele lembrou que "o regime de Maduro amordaçou a Assembleia Nacional, solapou a imprensa livre, pôs na prisão opositores, e mais de 130 valentes venezuelanos morreram na luta pela democracia" desde abril passado, quando começaram os protestos contra o governo.

O vice-presidente americano se referiu às recentes sanções adotadas por Washington contra membros do governo venezuelano, incluindo Maduro, e disse que pode haver mais.

"Vamos continuar agindo até que o regime de Maduro restaure a democracia, realize eleições e dê liberdade aos opositores políticos", afirmou.

Pence disse também que os EUA têm "muitas opções para a Venezuela", mas que o presidente Trump acredita que, com os seus aliados na América Latina, vai chegar a "uma solução pacífica para a crise que o povo venezuelano enfrenta".

"Vamos continuar utilizando o poder econômico e político para restaurar a democracia na Venezuela. O fazemos porque é o correto, porque os venezuelanos merecem a liberdade", sentenciou Pence.

Segundo o vice-presidente dos EUA, em Washington se acredita "que pode se restaurar a democracia por meios pacíficos".

"Não vamos aceitar que surja uma ditadura em nosso círculo porque o povo venezuelano merece algo melhor que isso e o nosso continente merece algo melhor", disse Pence.

Como parte dessa estratégia, ele não descartou "medidas adicionais que possam ser impostas para pressionar o regime na Venezuela desde o ponto de vista econômico".

"Vamos continuar com os nossos esforços para isolar a Venezuela econômica e diplomaticamente, e suponho que vai haver sanções adicionais em breve", concluiu o vice-presidente americano.