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Cartaz em hotel que pede para judeus tomarem ducha gera polêmica na Suíça

Montagem com a fachada do hotel e o comunicado que gerou polêmica - Reprodução/Facebook Documenting Anti-Semitism
Montagem com a fachada do hotel e o comunicado que gerou polêmica Imagem: Reprodução/Facebook Documenting Anti-Semitism

Em Genebra

15/08/2017 11h56

Um cartaz que pede aos judeus para que tomem uma ducha antes de entrarem na piscina de um hotel da estação alpina de Arosa, na Suíça, gerou polêmica e provocou a reclamação de Israel ao governo suíço.

A mensagem só permaneceu por 24 horas na porta de vidro da área comum da piscina do hotel Paradies em Arosa, mas a onda de protestos provocada foi enorme, informou nesta terça-feira o jornal "Neue Zürcher Zeitung".

"A nossos visitantes judeus, mulheres, homens e crianças, por favor tomem uma ducha antes e depois de nadar. Se quebrarem as regras, serei obrigada a fechar a piscina", dizia a mensagem, assinada pela gerente do hotel, Ruth Thomann, que colou o cartaz no sábado passado.

Uma família judia que tinha reservado um apartamento fotografou o cartaz e o enviou ao canal de televisão israelense "Channel 2". Mas, aparentemente, essa não foi a única mensagem dirigida exclusivamente aos hóspedes judeus.

No freezer localizado em uma sala para os funcionários, no qual os hóspedes eram autorizados a guardar a própria comida kosher (permitida pelo judaísmo), havia outro aviso para limitar seu uso a algumas horas determinadas durante a manhã e a tarde.

O "Jerusalem Post" e outros jornais israelenses informaram sobre os cartazes e a vice-ministra de Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, disse que se trata de um "ato antissemita do pior", e pediu uma condenação formal por parte do governo suíço.

A gerente explicou nesta segunda-feira ao jornal "Blick" que o hotel tem muitos turistas judeus e que chamou a atenção quando um deles não tomou uma ducha antes de entrar na piscina, motivo pelo qual os proprietários do edifício a pediram para que fizesse algo.

Ruth Thomann admitiu que deveria ter dirigido o aviso a todos os hóspedes, e não apenas aos judeus, contra os quais "não tem nada". No entanto, ela considerou injustas as críticas pela mensagem no freezer, ao afirmar que a possibilidade de os hóspedes guardarem a própria comida kosher só beneficia os turistas judeus.

O problema era que havia muito movimento na sala dos funcionários. Sendo assim, para que os trabalhadores pudessem comer e jantar com calma, ela colocou cartaz limitando os horários de uso, explicou.