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Mulher mais rica do mundo, herdeira da L'Oréal morre aos 94 anos

21/09/2017 15h35

Paris, 21 set (EFE).- A herdeira da L'Oreál, a francesa Liliane Bettencourt, considerada a mulher mais rica do mundo, morreu na noite de ontem, aos 94 anos, indicou nesta quinta-feira a família.

Em comunicado, a filha única de Liliane, François Bettencourt Meyers, disse que mãe morreu "tranquilamente" em casa. A herdeira da L'Óreal

Em um comunicado, a filha única de Liliane, Françoise Bettencourt Meyers, disse que a mãe morreu em casa "tranquilamente".

De acordo com a classificação publicada pela revista "Forbes" em março desse ano, a herdeira da L'Oréal era a 14ª pessoa mais rica do mundo e a primeira mulher no ranking, com US$ 39,5 bilhões.

O anúncio de sua morte coincidiu com uma decisão judicial em um dos múltiplos processos que a envolviam nos últimos anos.

O Tribunal de Apelação de Bordeaux confirmou a absolvição de cinco jornalistas que tinham sido acusados de invadir a privacidade da bilionária ao publicar o conteúdo de gravações feitas em 2009 e 2010 pelo então mordomo de Liliane no palácio da família na cidade de Neuilly-sur-Seine, perto de Paris.

Os juízes consideraram que o mordomo fez essas gravações para proteger a chefe e que os áudios tiveram cárater "decisivo" na busca pela verdade, já que serviram para condenar algumas pessoas do entorno de Liliane por abusar de seu estado de debilidade.

Nascida em Paris no dia 21 de outubro de 1922, ela era filha do industrial Eugène Schueller, que, no primeiro terço do século XX, criou uma pequena empresa de tintura capilar que deu origem ao império dos cosmésticos que se tornou a L'Oréal.

Aos 27 anos, ela se casou com André Bettencourt. Mas antes da Segunda Guerra Mundial, Liliane se alinhou à extrema-direita antissemita, que a partir de 1942 se somou à resistência à ocupação alemã ao lado de François Mitterrand, que quatro décadas mais tarde se tornaria presidente da França.

O marido de Liliane seguiu na carreira política e chegou a ser ministro entre 1966 e 1973, enquanto ela se dedicava, como principal acionista, à estratégia da empresa que a tornou bilionária.

Com o passar do tempo, André se dedicou à gestão da L'Oréal. Ao morrer, em 2007, passou a responsabilidade para o genro, Jean-Pierre Meyer.

As relações familiares com a filha se deterioraram a partir de então. Liliane chegou até desconsiderar Françoise como herdeira, um posto que passou a ser ocupado pelo fotógrafo Fraçois Marie Banier, um amigo da matriarca que acabou posteriormente condenado.

Liliane também se viu envolvida em outro escândalo, mas desta vez político, por suspeita de ter financiado algumas personalidades da direita francesa e, em especial, o ex-presidente Nicolas Sarkozy.

Apesar das suspeitas, a Justiça absolveu o tesoureiro da campanha para a eleição de Sarkozy em 2007, o ex-ministro Eric Woerth.