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Correa não descarta pedir uma Constituinte perante atual situação do Equador

22/09/2017 22h49

Bogotá, 22 set (EFE).- O ex-presidente equatoriano, Rafael Correa, assegurou nesta sexta-feira que não descarta pedir uma Assembleia Nacional Constituinte perante a situação que o Equador vive com a consulta cidadã convocada pelo atual governante, Lenín Moreno, cujo conteúdo será apresentado oficialmente no próximo dia 2 de outubro.

"Não podemos falar de uma verdadeira democracia. Em função disso querem aproveitar-se para fazer uma consulta popular, derrubar tudo. Bom, se isso é o que querem fazer, vamos atrás de uma Assembleia Constituinte e vamos novamente às eleições", disse Correa a jornalistas depois de dar uma conferência na Universidade Nacional da Colômbia.

O ex-governante equatoriano destacou que essa será a última carta que jogará frente à situação que vive seu país, pois considera que o governo de Moreno está aplicando "o programa da oposição".

"Também há uma perseguição terrível, de legitimação de tudo o que fizemos, uma série de calúnias. A cada semana acontece um escândalo, a última bobagem é que eu estive manejando uma câmera de meu celular", acrescentou Correa.

Moreno denunciou no último dia 15 de setembro que descobriu uma câmera escondida, que supostamente tinha conexão com o exterior, e que estava instalada no seu escritório, no Palácio de Carondelet, sede do Executivo.

A denúncia foi feita durante uma reunião com o seu gabinete, na qual detalhou que o serviço de proteção presidencial detectou a câmera, cuja instalação, segundo lhe informaram, foi ordenada há sete ou oito anos por Correa, seu antecessor e correligionário do movimento Aliança País.

No último dia 18 de setembro, o presidente Moreno confirmou a convocação de uma consulta popular e anunciou que em 2 de outubro apresentará oficialmente seu conteúdo, razão pela qual pediu à população que envie perguntas sobre temas que sejam de seu interesse.

A consulta popular era reivindicada há tempo por diferentes círculos opositores que defendem uma maior democratização, em particular após dez anos de governo de Correa, que alguns consideram que cercearam algumas das liberdades mais básicas, especialmente em matéria de meios de comunicação.