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Rússia culpa hipocrisia dos EUA por morte de general do país na Síria

25/09/2017 12h29

Moscou, 25 set (EFE).- A Rússia culpou nesta segunda-feira a "hipócrita política" dos Estados Unidos para a Síria pela morte do general Valery Asapov, chefe do grupo de conselheiros militares do país no conflito, que perdeu a vida após um ataque com morteiros do grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

A morte do comandante russo na cidade de Deir ez Zor é o "preço a pagar com sangue pela hipócrita política americana na Síria", disse a jornalistas o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Riabkov.

O vice-ministro se referiu desta forma às acusações do Ministério da Defesa da Rússia, que afirmou que unidades das Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança liderada por milícias curdas apoiadas pelos EUA, se infiltrou nas posições dos EI em Deir ez Zor sem enfrentar os jihadistas.

"Nossos aviões não pilotados e nossa inteligência, que atuam 24 horas por dia na região de Deir ez Zor, não registraram nenhum combate entre os milicianos das FSD e os terroristas do EI", denunciou hoje o porta-voz do Ministério de Defesa da Rússia, o general Igor Konashenkov.

"Isso afeta sobretudo as regiões petrolíferas, onde os combatentes do EI oferecem uma resistência feroz às tropas governamentais sírias", explicou o general.

O Ministério da Defesa publicou ontem imagens feitas por drones nos quais é possível ver veículos militares Hummer, que segundo o Kremlin são usados apenas pelas forças especiais dos EUA na região de conflito, estacionados nas posições controladas pelo EI.

"E não se observa ao redor nenhuma cratera provocado por um projétil caso essas posições fossem tiradas do EI em um combate", indicou o Ministério da Defesa em comunicado.

Riabkov lamentou hoje que essas provas mostram que "enquanto os americanos declaram verbalmente seu interesse em destruir o EI, na realidade, para Washington, são mais importantes outros objetivos políticos e geopolíticos".

O general Asapov, que também era comandante do Quinto Exército do Distrito Militar do Extremo Oriente da Rússia, foi mortalmente ferido pela explosão de uma mina em um ataque com morteiros realizado por membros do EI.

De acordo com um comunicado do Ministério da Defesa, ele estava no momento do ataque em um centro de comando das tropas sírias, prestando ajuda aos oficiais sírios no comando da operação para libertar a cidade de Deir ez Zor.

Desde 2 de setembro, as tropas da Síria fazem uma operação contra os jihadistas na cidade de Deir ez Zor, ganhando territórios do EI, que controlava quase toda a província de mesmo nome.