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Famosos criticam Trump e pedem ajuda a Porto Rico após passagem de furacão

27/09/2017 14h43

San Juan, 27 set (EFE).- O cantor Marc Anthony, que junto com Jennifer López anunciou nesta quarta-feira a campanha "Somos uma Voz" para ajudar Porto Rico a se recuperar da destruição causada após a passagem do furacão Maria, foi um dos famosos que criticaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por lembrar da dívida da ilha nesse momento trágico.

"Senhor presidente, feche a maldita boca sobre a NFL (Liga de Futebol Americano dos EUA). Faça algo com a nossa gente necessitada em Porto Rico. Nós também somos cidadãos americanos", tuitou Anthony.

O cantor de origem porto-riquena disparou contra Trump, já que na sua opinião ao invés de se concentrar em ajudar Porto Rico, falou mais sobre a dívida de US$ 70 bilhões da ilha e sobre a polêmica com os jogadores da NFL.

Trump e diversos representantes do mundo do esporte discutiram por causa do gesto feito nos últimos tempos por numerosos jogadores de se ajoelhar durante o hino como demonstração de protesto contra a violência policial sofrida pela comunidade negra.

"Muitas partes da ilha foram destruídas enquanto devem milhões de dólares a Wall Street e aos bancos, algo ao qual, desgraçadamente, é preciso fazer frente", disse Trump em um tweet.

Anthony, bem como López, apresentaram nesta quarta-feira o pograma "Somos uma voz", no qual artistas de renome internacional utilizarão suas vozes e recursos para levar alimentos, tendas, remédios e artigos de comunicações aos atingidos pelos recentes desastres naturais.

Ao programa se comprometeram em ajudar Daddy Yankee, Ricky Martin, Chayanne, Ed Sheeran, Bruno Mars, J Balvin, Gente De Zona, Nicky Jam, Juan Luis Guerra, Alejandro Sanz, Alejandro Fernández, Pitbull, Alex Rodríguez, Maluma, Yandel e Lin-Manuel Miranda, entre outros.

Além disso, Ricky Martin e Residente criticaram o aumento dos preço das passagens de avião entre Miami e a ilha após o furacão Maria.

Martin, por sua vez, pediu ajuda a Porto Rico na precária "situação" na qual se encontra e abriu uma conta para receber donativos, à qual contribuiu pessoalmente com US$ 100 mil.

"Doe o que puder, cada dólar pode fazer a diferença", expressou consternado o artista em um vídeo no Instagram no qual informa que abriu uma conta para arrecadar de fundos na internet: youcaring.com

Residente criticou os métodos burocráticos do Governo dos Estados Unidos, que controla o tráfego aéreo e dos portos de Porto Rico, sob a Lei Jones, criada em 1917.

"Os Estados Unidos controlam os portos de avião e mar de Porto Rico. Países querem ajudar, e necessitamos que entrem agora. Queremos a suspensão imediata da Lei Jones", expressou Residente, que antecipou que depois de realizar no domingo vários concertos, viajará a Porto Rico com artigos de primeira necessidade.

"Porto Rico, termino o meu compromisso no domingo e vou para aí. A minha doação pessoal quero entregar para assegurar que chegará", disse Residente na sua página do Facebook.

Igual contribuição humanitária já foi feita pelo atleta porto-riquenho José Juan Barea, dos Dallas Mavericks, que chegou ontem a San Juan em um avião privado do proprietário dos Mavericks, Marc Cuban, com geradores de eletricidade e água, entre outros bens para os afetados da ilha.

Da mesma forma, Barea e sua esposa, Viviana Ortiz, arrecadaram mais de US$ 110 mil para seus compatriotas.

"O dinheiro vai direto à minha fundação", expressou. "Eu vou manejá-lo. Vai direto às pessoas que necessitam, não daremos a mais ninguém. Vai direto para onde tem que estar. Tenho minha gente em Porto Rico, e sabemos exatamente quem necessita", disse a vários meios locais.

A passagem de Maria deixou quase todos os 3,5 milhões de habitantes sem eletricidade, bem como uma terceira parte continua sem serviço de água, milhares de pessoas sem casas que foram inundadas pelos transbordamentos de alguns rios. No total, 16 pessoas morreram.