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Hamas não atacará Israel unilateralmente com pacto de reconciliação palestina

15/10/2017 12h34

Gaza, 15 out (EFE).- O líder do movimento Hamas Khalil Al Hayah afirmou neste domingo que nenhuma facção palestina pode iniciar uma guerra contra Israel unilateralmente, após o pacto de reconciliação firmado entre os islâmicos e o nacionalista Fatah nesta semana.

"Nenhuma facção ou grupo armado palestino tem direito a iniciar uma guerra contra a ocupação (Israel). A decisão de guerra ou de paz deve ser unificada quando todas as facções estão na Organização para a Libertação da Palestina (OLP), no Conselho Nacional Palestino (CNP) ou em um só regime", declarou Hayah à televisão local do Hamas, ao abordar o processo de reconciliação política.

Os dois principais grupos palestinos assinaram na quinta-feira um histórico acordo de reconciliação no Cairo para pôr fim a uma década de divisão, com governos paralelos em Gaza e na Cisjordânia desde 2007, quando o Hamas expulsou da Faixa as forças leais à Autoridade Nacional Palestina (ANP), dominada pelo Fatah.

Em virtude do pacto, a ANP assumiu o controle administrativo do enclave e se comprometeu a realizar eleições gerais, embora ainda existam medidas sem consenso para materializar um governo único.

O jornal árabe com sede em Londres "Asharq Al-Awsat" informou neste domingo que o Hamas e a formação liderada pelo presidente Mahmoud Abbas decidiram evitar qualquer agressão, lançamento de mísseis ou ações diplomáticas contra Israel para possibilitar o desenvolvimento dos acordos de reconciliação.

O Egito, mediador do pacto que continua o assinado em 2011 (que não conseguiu ser efetivo), marcou com todas as facções palestinas outro encontro no Cairo no dia 21 de novembro para prosseguir com a aproximação.

O Hamas não faz parte da OLP, organismo que representa todos os palestinos no mundo, mas o atual processo de reconciliação abre a porta para a sua integração.