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Talibãs negam ter estuprado mulher de casal libertado e assassinato de filha

15/10/2017 09h58

Kabul, 15 out (EFE).- Os talibãs negaram neste domingo ter estuprado a americana Caitlan Coleman, que foi sequestrada com o marido no Afeganistão em 2012 e liberada nesta semana no Paquistão, e também desmentiram a denúncia do canadense Joshua Boyle de que teriam matado uma filha do casal.

"Negamos de maneira categórica essas declarações falsas e pré-fabricadas dos detidos, que se encontram agora em mãos do inimigo", afirmou em comunicado o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid.

Segundo o representante talibã, "o inimigo" forçará o casal a fazer todos os tipos de comentários "difamatórios" contra a causa dos insurgentes.

Ao chegar a Toronto na sexta-feira, Boyle afirmou que a "estupidez e maldade" dos sequestradores só pôde ser "eclipsada" por mais "estupidez e maldade" quando "deram a autorização" para acabar com a vida de sua filha e realizar um estupro coletivo de sua esposa.

Mujahid disse que o estupro nunca ocorreu e que durante "o tempo que o casal esteve detido até a libertação, o marido e a esposa não foram separados um do outro", com a intenção de não gerar "suspeitas".

Sobre a morte da filha, o porta-voz talibã considerou que "o assassinato de uma criança é uma acusação sem fundamento", mas reconheceu que Coleman teve um "aborto natural" após ficar doente em "uma área remota sem médicos".

"Ninguém matou intencionalmente a filha deste casal nem estuprou ou desonrou", disse Mujahid, que culpou os Estados Unidos de retratarem os insurgentes com a "bárbara falta de humanidade dos americanos".

A rede Haqqani, vinculada aos talibãs, sequestrou em 2012 o casal, que estava no Afeganistão de viagem por várias repúblicas ex-soviéticas centroasiáticas, entre elas Uzbequistão, Quirguistão e Tajiquistão.

No dia 12 de outubro, o Exército paquistanês anunciou que tinha recuperado o casal e seus três filhos nascidos em cativeiro após terem recebido importantes informações dos Estados Unidos, país que identificou que a família havia sido transferida ao Paquistão através das remotas áreas tribais, na fronteira com o Afeganistão. EFE

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