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Trump vai retirar sigilo de arquivos sobre assassinato de Kennedy

21/10/2017 20h51

(Atualiza com declaração de um funcionário da Casa Branca).

Washington, 21 out (EFE). - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado que vai retirar o sigilo dos arquivos sobre o assassinato do ex-presidente democrata John F. Kennedy, baleado durante uma visita a Dallas, no estado do Texas, em 22 de novembro de 1963.

"Sujeito ao recebimento de informações adicionais, permitirei, como presidente, que sejam abertos os arquivos sigilosos e há muito tempo bloqueados de JFK", afirmou Trump através do Twitter, em sua habitual série de mensagens matutinas na rede social.

Algumas horas depois, um funcionário da Casa Branca, que pediu anonimato, enviou uma livre declaração aos jornalistas.

"O presidente acredita que esses documentos devem ser disponibilizados para a completa transparência, a não ser que as agências tenham uma justificativa convincente e clara de segurança nacional ou aplicação da lei que indique o contrário", apontou.

O Arquivo Nacional tem até a próxima quinta-feira para decidir quais dos 3.100 documentos sigilosos sobre o assassinato de Kennedy podem ser publicados e quais devem ser mantidos em segredo, mas Trump é quem tem a palavra final para decidir sobre a publicação dos arquivos ou por mantê-los guardados por mais 25 anos.

Uma porta-voz da Casa Branca disse ontem ao site "Politico" que os assessores de Trump estão trabalhando para "garantir a publicação da maior quantidade possível desses arquivos na quinta-feira". No entanto, ela reconheceu que o governo está preocupado com o fato de que alguns registros desses arquivos não foram criados até a década de 90 e que devem ser revisados para que a publicação não prejudique a segurança nacional.

Um funcionário do Congresso que acompanhou de perto o processo afirmou ao "Politico" que a Agência Central de Inteligência (CIA) pressionou Trump para impedir a publicação de alguns documentos, possivelmente para esconder os métodos de atuação do órgão ou a identidade de alguns espiões que ainda possam estar vivos.

"Suponho que o presidente possa mudar de ideia no último momento, mas, a não ser que isso aconteça, não haverá qualquer publicação dessas informações. Veremos muitos arquivos na semana que vem, mas não todos, infelizmente", disse a fonte, que também pediu anonimato.

Quem questiona a versão oficial sobre o assassinato de Kennedy espera impacientemente a decisão de Trump, com a esperança de que os novos documentos possam esclarecer o maior mistério da história recente dos Estados Unidos.

Segundo o "Politico", é possível que documentos datados da década de 90 sejam publicados com censuras para evitar expor operações de inteligência relativamente recentes.

A maior parte dos 3.100 documentos sigilosos foi feita pela CIA, pelo FBI e pelo Departamento de Justiça. Uma lei de 1992 determina que eles sejam totalmente divulgados na próxima quinta-feira, a não ser que Trump determine o contrário.