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Reino Unido pede a Trump que não abandone acordo nuclear com Irã

23/10/2017 10h43

Londres, 23 out (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, pediu nesta segunda-feira ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que mostre "amplitude de visão" e não abandone o acordo nuclear com o Irã, mas apoiou a postura do líder americano em relação à crise com a Coreia do Norte.

Em um discurso no Instituto de Assuntos Internacionais de Chatham House em Londres, o chefe do Foreign Office lembrou o sucesso do programa nuclear e pediu "firmeza, mas também envolvimento" com o regime da Coreia do Norte, com o objetivo de reduzir as tensões na Península Coreana.

Johnson pediu a Trump que invocasse o espírito do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) de 1970 e destacou a contribuição norte-americana como "uma das maiores" para "uma era sem precedentes de paz e prosperidade" no mundo.

"É necessário agora, mais do que nunca, essa amplitude de visão, não só para manter o TNP, mas também um de seus acordos complementares mais valiosos, o acordo nuclear com o Irã", comentou Johnson.

Para o chefe da diplomacia britânica, o TNP é "uma das maiores conquistas diplomáticas do último século" e superou "o passar do tempo".

O político britânico defendeu o fato de Trump contemplar "qualquer opção" como resposta para um possível ataque do regime de Kim Jong-un aos Estados Unidos ou a um de seus aliados.

No entanto, Johnson também elogiou o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, por abrir as portas para o diálogo com Kim Jong-un, algo que Trump, por outro lado, considerou "uma perda de tempo".

"É correto que Rex Tillerson tenha aberto de maneira específica as portas para o diálogo. Ele tentou oferecer algumas garantias sensatas ao regime", opinou o ministro britânico.

"Este é o momento para que o regime norte-coreano mude de rumo e, se o fizer, o mundo pode mostrar que mais uma vez foi capaz de utilizar a imaginação diplomática que produziu o Tratado de Não Proliferação Nuclear, negociado com muita dificuldade e que, após 12 anos de esforços contínuos, derivou no acordo nuclear com o Irã", concluiu Johnson.