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Líder conservador austríaco convida ultranacionalistas a formar novo governo

24/10/2017 08h06

Viena, 24 out (EFE).- O líder do Partido Popular austríaco, Sebastian Kurz, de 31 anos e vencedor das eleições legislativas da Áustria do último dia 15, convidou nesta terça-feira o ultranacionalista Partido Liberal (FPÖ) de Heinz-Christian Strache a negociar a formação de um novo governo "europeísta".

"Decidi hoje convidar o senhor Strache e o FPÖ a iniciar oficialmente as negociações", disse Kurz à imprensa em Viena após lembrar que na sexta-feira passada recebeu do presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, a ordem de formar um novo gabinete.

Kurz, atualmente ministro de Relações Exteriores e líder do conservador Partido Popular (ÖVP), expressou sua confiança de que o FPÖ, conhecido por suas posturas xenófobas, nacionalistas e eurocéticas, aceitará seu convite, algo que a imprensa espera que seja confirmado ainda hoje.

O muito provavelmente futuro chefe de governo mais jovem da Europa lembrou que nos últimos dias teve conversas de sondagem "construtivas" com os ultradireitistas, nas quais constatou muitos pontos de coincidência, bem como alguns divergentes.

Neste contexto, ressaltou que entre as condições que exige a qualquer parceiro de uma eventual aliança de poder está uma clara orientação europeísta.

"Comigo só pode haver um governo pró-Europa", salientou Kurz.

Por outro lado, disse acreditar também que o processo para instalar um novo Executivo "estável" será exitoso e rápido, o que significa que não superaria os 60 dias de média que durou no passado.

Nas eleições legislativas antecipadas de 15 de outubro, o ÖVP de Kurz ganhou com 31,5% dos votos, seguido dos social-democratas do atual chanceler interino, Christian Kern, com 26,9%, e o FPÖ de Strache, com 26%.

O FPÖ, fundado em 1955 por antigos oficiais nazistas, é um dos partidos populistas mais bem-sucedidos da Europa, que já governou com o ÖVP entre 2000 e 2006.

Aquela coalizão, quando o FPÖ estava ainda dirigido pelo falecido Jörg Haider, provocou protestos na Europa e sanções diplomáticas por parte dos então 14 sócios comunitários.