Moro diz que "corrupção não se resolve apenas com processos judiciais"
São Paulo, 24 out (EFE).- O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da operação Lava Jato em primeira instância, afirmou nesta terça-feira que os problemas da corrupção não se resolvem somente com processos judiciais e defendeu uma "reforma ampla" do sistema.
Moro, que participou de um fórum sobre corrupção em São Paulo, enfatizou a necessidade de reduzir a impunidade e comparou o combate à corrupção com o processo de abolição da escravidão no século XIX.
O magistrado admitiu que a operação italiana Mãos Limpas foi uma "grande inspiração" em sua carreira e detalhou que, tanto no Brasil como na Itália, as investigações evoluíram como "uma bola de neve" e "revelaram casos de corrupção sistêmica".
"Ambas as operações começaram de forma modesta", indicou Moro, durante uma conferência organizada pelo jornal "O Estado de São Paulo" sobre as operações Mãos Limpas e a Lava Jato.
Moro defendeu o uso das "delações premiadas", as confissões realizadas por acusados em troca de uma redução de suas penas, e considerou que a democracia brasileira vive um "processo de maturidade" e assegurou que "há razões" para que se mantenha a "esperança" no país.
Gherardo Colombo, um dos juízes italianos da investigação Mãos Limpas, também participou do fórum, no qual ressaltou algumas das similitudes entre Brasil e Itália no que diz respeito à corrupção.
"Assim como no Brasil, na Itália quase todos os partidos políticos estavam envolvidos em delitos de corrupção", afirmou Colombo.
O ex-juiz, que em 2007 abandonou a magistratura, comentou que a "corrupção não diminuiu na Itália" e lembrou que 40% dos envolvidos se livraram da prisão pela prescrição de seus crimes.
"Deixei o cargo 14 anos antes da minha aposentadoria, pois acredito que é absolutamente necessário focar em outra fonte importante, que é a educação", disse Colombo.
Para ex-magistrado italiano, a "Mãos Limpas foi a prova clara, científica, documentada que, diante de um fenômeno extenso, radicado, articulado, como era a corrupção na Itália, o caminho do processo penal e da justiça penal é destinado a não ter sucesso".
O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, afirmou, por sua vez, que no Brasil é necessário ir além da Lava Jato e ressaltou que "a corrupção acaba alavancando a permanência dos corruptos no poder".
"A chegada de corruptos ao poder gera mais corrupção", afirmou o procurador.
Moro, que participou de um fórum sobre corrupção em São Paulo, enfatizou a necessidade de reduzir a impunidade e comparou o combate à corrupção com o processo de abolição da escravidão no século XIX.
O magistrado admitiu que a operação italiana Mãos Limpas foi uma "grande inspiração" em sua carreira e detalhou que, tanto no Brasil como na Itália, as investigações evoluíram como "uma bola de neve" e "revelaram casos de corrupção sistêmica".
"Ambas as operações começaram de forma modesta", indicou Moro, durante uma conferência organizada pelo jornal "O Estado de São Paulo" sobre as operações Mãos Limpas e a Lava Jato.
Moro defendeu o uso das "delações premiadas", as confissões realizadas por acusados em troca de uma redução de suas penas, e considerou que a democracia brasileira vive um "processo de maturidade" e assegurou que "há razões" para que se mantenha a "esperança" no país.
Gherardo Colombo, um dos juízes italianos da investigação Mãos Limpas, também participou do fórum, no qual ressaltou algumas das similitudes entre Brasil e Itália no que diz respeito à corrupção.
"Assim como no Brasil, na Itália quase todos os partidos políticos estavam envolvidos em delitos de corrupção", afirmou Colombo.
O ex-juiz, que em 2007 abandonou a magistratura, comentou que a "corrupção não diminuiu na Itália" e lembrou que 40% dos envolvidos se livraram da prisão pela prescrição de seus crimes.
"Deixei o cargo 14 anos antes da minha aposentadoria, pois acredito que é absolutamente necessário focar em outra fonte importante, que é a educação", disse Colombo.
Para ex-magistrado italiano, a "Mãos Limpas foi a prova clara, científica, documentada que, diante de um fenômeno extenso, radicado, articulado, como era a corrupção na Itália, o caminho do processo penal e da justiça penal é destinado a não ter sucesso".
O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, afirmou, por sua vez, que no Brasil é necessário ir além da Lava Jato e ressaltou que "a corrupção acaba alavancando a permanência dos corruptos no poder".
"A chegada de corruptos ao poder gera mais corrupção", afirmou o procurador.
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