Irã expõe com humor e arte a "ignorância geográfica" de Trump
Artemis Razmipour.
Teerã, 26 out (EFE).- Os caricaturistas do Irã retratam com humor a ignorância do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a quem recomendam estudar geografia e história para não confundir no futuro o nome do Golfo Pérsico.
Desde que Trump disse em um discurso em meados deste mês que o Irã ameaçava os "navios americanos e a liberdade de navegação no Golfo Arábico e no Mar Vermelho", o senso de humor dos iranianos explodiu em forma de caricaturas e brincadeiras nas redes sociais.
O tratamento humorístico não diminui, no entanto, importância de um tema sensível para o Irã. O nome deste golfo é historicamente "Pérsico", como reconhece a ONU, mas os países árabes que estão às margens do mesmo, aliados dos EUA, se referem a ele como "Arábico" há décadas.
Em um tempo recorde, os artistas responderam à convocação do centro de artes visuais "Hoze Honari" em Teerã e enviaram suas caricaturas para constituir a exposição "Golfo Sempre Pérsico", aberta ao público no centro da capital.
Cerca de 55 caricaturas, realizadas por 37 artistas iranianos, representam no citado centro cultural o lado visual da reação da nação persa, que, em sua maioria, evidenciam a ignorância geográfica de Trump e a influência de seus interesses regionais.
Entre as charges, o presidente americano aparece retratado como um bebê, segurando um livro de história ao contrário e sendo subornado por homens vestidos com as túnicas e turbantes típicos dos árabes do Golfo, especialmente os sauditas.
Em uma das caricaturas, um árabe oferece a Trump uma bala como prêmio e um papel no qual está escrito "Golfo Arábico" em inglês. Já em outra, um árabe adivinha o futuro do presidente em troca de dinheiro e vê que ele deve modificar o nome da região.
O diretor do "Hoze Honari", o caricaturista Massoud Shojai Tabatabai, explicou à Agência Efe que o centro considerou "interessante expor a sátira visual" e por isso pediu aos artistas do país que enviassem suas obras.
"Era natural que os iranianos reagissem a respeito deste tema, pois o que Trump disse era muito duro para o povo do Irã", afirmou Tabatabai, que acrescentou que a sugestão do centro também resultou em "uma sátira verbal interessante" de iranianos de distintas tendências políticas.
"Mil anos antes da descoberta da América, o nosso Golfo era Pérsico" e "Quando vocês estavam pensando em como chamar o território que roubaram dos índios, o honorável nome do Golfo Pérsico já estava talhado em todos os mapas do mundo", foram algumas das reações compartilhadas no Twitter.
Outras brincadeiras, inclusive, soaram como uma advertência: "O senhor Trump, o medo e os prantos de seus soldados ocorreram no Golfo Pérsico, não Arábico", disse um usuário em referência à Guerra do Golfo (1990-1991).
O Golfo Pérsico, que fica entre o Irã e a Península Arábica, é considerado estratégico e importante em nível internacional por causa de suas ricas reservas de petróleo e gás.
Tabatabai também afirmou que "o Golfo Pérsico já existia antes mesmo da formação dos EUA": "Tem uma antiguidade milenar e quase todos os ex-presidentes americanos reconheciam este nome", disse o caricaturista.
As autoridades iranianas também reagiram nessa mesma linha sobre o discurso de Trump, cujo foco foi estabelecer uma nova estratégia contra a República Islâmica e no qual ameaçou sair do acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irã e o chamado Grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, Rússia, China e França, mais Alemanha).
O presidente do Irã, Hassan Rohani, recomendou ao presidente americano que "lesse melhor a história, a geografia e os compromissos internacionais". Por sua vez, o comandante da Marinha, Habibollah Sayyari, afirmou que "as palavras imprudentes de Trump não podem mudar o nome do Golfo Pérsico".
Teerã, 26 out (EFE).- Os caricaturistas do Irã retratam com humor a ignorância do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a quem recomendam estudar geografia e história para não confundir no futuro o nome do Golfo Pérsico.
Desde que Trump disse em um discurso em meados deste mês que o Irã ameaçava os "navios americanos e a liberdade de navegação no Golfo Arábico e no Mar Vermelho", o senso de humor dos iranianos explodiu em forma de caricaturas e brincadeiras nas redes sociais.
O tratamento humorístico não diminui, no entanto, importância de um tema sensível para o Irã. O nome deste golfo é historicamente "Pérsico", como reconhece a ONU, mas os países árabes que estão às margens do mesmo, aliados dos EUA, se referem a ele como "Arábico" há décadas.
Em um tempo recorde, os artistas responderam à convocação do centro de artes visuais "Hoze Honari" em Teerã e enviaram suas caricaturas para constituir a exposição "Golfo Sempre Pérsico", aberta ao público no centro da capital.
Cerca de 55 caricaturas, realizadas por 37 artistas iranianos, representam no citado centro cultural o lado visual da reação da nação persa, que, em sua maioria, evidenciam a ignorância geográfica de Trump e a influência de seus interesses regionais.
Entre as charges, o presidente americano aparece retratado como um bebê, segurando um livro de história ao contrário e sendo subornado por homens vestidos com as túnicas e turbantes típicos dos árabes do Golfo, especialmente os sauditas.
Em uma das caricaturas, um árabe oferece a Trump uma bala como prêmio e um papel no qual está escrito "Golfo Arábico" em inglês. Já em outra, um árabe adivinha o futuro do presidente em troca de dinheiro e vê que ele deve modificar o nome da região.
O diretor do "Hoze Honari", o caricaturista Massoud Shojai Tabatabai, explicou à Agência Efe que o centro considerou "interessante expor a sátira visual" e por isso pediu aos artistas do país que enviassem suas obras.
"Era natural que os iranianos reagissem a respeito deste tema, pois o que Trump disse era muito duro para o povo do Irã", afirmou Tabatabai, que acrescentou que a sugestão do centro também resultou em "uma sátira verbal interessante" de iranianos de distintas tendências políticas.
"Mil anos antes da descoberta da América, o nosso Golfo era Pérsico" e "Quando vocês estavam pensando em como chamar o território que roubaram dos índios, o honorável nome do Golfo Pérsico já estava talhado em todos os mapas do mundo", foram algumas das reações compartilhadas no Twitter.
Outras brincadeiras, inclusive, soaram como uma advertência: "O senhor Trump, o medo e os prantos de seus soldados ocorreram no Golfo Pérsico, não Arábico", disse um usuário em referência à Guerra do Golfo (1990-1991).
O Golfo Pérsico, que fica entre o Irã e a Península Arábica, é considerado estratégico e importante em nível internacional por causa de suas ricas reservas de petróleo e gás.
Tabatabai também afirmou que "o Golfo Pérsico já existia antes mesmo da formação dos EUA": "Tem uma antiguidade milenar e quase todos os ex-presidentes americanos reconheciam este nome", disse o caricaturista.
As autoridades iranianas também reagiram nessa mesma linha sobre o discurso de Trump, cujo foco foi estabelecer uma nova estratégia contra a República Islâmica e no qual ameaçou sair do acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irã e o chamado Grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, Rússia, China e França, mais Alemanha).
O presidente do Irã, Hassan Rohani, recomendou ao presidente americano que "lesse melhor a história, a geografia e os compromissos internacionais". Por sua vez, o comandante da Marinha, Habibollah Sayyari, afirmou que "as palavras imprudentes de Trump não podem mudar o nome do Golfo Pérsico".
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