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Primeiro-ministro iraquiano pede calma após distúrbios no Curdistão

30/10/2017 09h30

Erbil (Iraque), 30 out (EFE).- O primeiro-ministro do Iraque, Haider al Abadi, pediu nesta segunda-feira "calma" e "autocontrole" à população após os distúrbios ocorridos nas últimas horas na região autônoma do Curdistão por conta da renúncia do presidente curdo, Massoud Barzani.

Abadi criticou os "ataques" que ocorreram na noite passada contra algumas sedes de partidos políticos e contra jornalistas, atos com os quais, segundo ele, se tenta provocar o "caos", segundo um comunicado oficial.

Por sua parte, em outra nota, o vice-presidente curdo, Qubad Talibani, fez um apelo às forças de segurança para que estejam preparadas para evitar qualquer tipo de distúrbios.

Após o anúncio da renúncia de Barzani neste domingo, centenas dos seus seguidores invadiram o parlamento regional, em Erbil, e agrediram um deputado e os jornalistas presentes na câmara, antes de serem retirados pelas forças de segurança.

Também foram incendiadas na província de Dohuk as sedes dos partidos União Patriótica do Curdistão (UPK) e Movimento da Mudança (Goran), opositores ao Partido Democrático do Curdistão (KDP), liderado por Barzani.

Hoje o fotojornalista Arkan Sharif, que trabalhava para a "Kurdistan TV", televisão oficial do KDP, foi assassinado a facadas dentro da sua casa na cidade de Daquq, na província de Kirkuk, por um grupo de desconhecidos, em um incidente que ainda não se sabe se está relacionado com a violência política.

Barzani anunciou que não permanecerá no cargo para além da próxima quarta-feira, em meio à crise territorial que ele suscitou ao convocar o referendo de independência realizado no último dia 25 de setembro no Curdistão.

O governo iraquiano respondeu ao referendo com uma série de represálias econômicas e com uma campanha militar para tomar o controle de uma série de territórios que estão sob a administração do exército curdo desde 2014, entre eles a região petrolífera de Kirkuk.