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Milhares de pessoas homenageiam Yitzhak Rabin no 22º aniversário de sua morte

04/11/2017 18h58

Tel Aviv, 4 nov (EFE).- Milhares de pessoas se reuniram neste sábado em Tel Aviv para lembrar o 22º aniversário do assassinato de Yitzhak Rabin em uma praça que leva o nome do ex-premiê de Israel.

O evento foi comandado pelo jornalista Miki Jaimovich e organizado pelos movimentos Darkenu e Comandantes pela Segurança de Israel, cujo líder, Amnon Reshes, ressaltou a "necessidade" de o país se separar dos palestinos para conservar seu caráter democrático.

Os organizadores, além disso, destacaram o caráter apolítico do encontro, o que foi criticado por representantes da esquerda e alguns dos presentes. Alguns críticos afirmavam que Rabin foi alvo de um "assassinato político".

"O assassinato de Rabin foi cometido por motivos políticos, mas hoje quiseram tirar esse conteúdo do evento e todos os partidos queriam se apropriar do ato e de sua memória", indicou à Agência Efe uma militante do Partido Trabalhista, Danya Leshed.

Já David Sarnow, que se definiu como um integrante de um grupo de esquerda, avaliou que a morte de Rabin foi um "trauma nacional que se transformou em uma disputa entre partidos políticos".

"Muita gente que incitou o assassinato de Rabin está hoje participando do ato", acusou, citando políticos do Likud, partido do atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Outros participantes protagonizaram momentos emocionantes ao se reunir no local onde em 4 de novembro de 1995 Rabin fez seu último discurso a favor da paz antes de ser morto por Yigal Amir, um ultranacionalista israelense contrário ao processo de paz assinado dois anos antes com os palestinos.

"Infelizmente, hoje estamos muito pior que no momento em que Rabin assinou os Acordos de Oslo. Desde seu assassinato, recuamos até chegar ao governo atual, que se nega a negociar uma solução para o conflito e só reforça a tensão", lamentou Haja Raveh, membro do grupo Mulheres pela Paz, que defende um pacto com os palestinos.