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Senado russo aprova lei para registrar imprensa como agente estrangeiro

22/11/2017 07h39

Moscou, 22 nov (EFE).- O Conselho da Federação (Senado) russo aprovou nesta quarta-feira a lei que permitirá declarar "agente estrangeiro" meios de comunicações de fora do país que divulgam informações sobre a Rússia, uma medida de resposta à ordem dada por Washington à televisão russa "RT" para se registrar nos EUA como tal.

A emenda legal para o registro de veículos de imprensa que recebem financiamento estrangeiro foi aprovada com 154 votos a favor e uma abstenção, depois que na semana passada também foi avaliada pela Duma, a câmara Baixa do Parlamento russo.

Após a adoção por ambas as câmaras parlamentares, só resta o trâmite de assinatura do presidente russo, Vladimir Putin, para que a norma entre em vigor.

A medida será aplicada unicamente a pessoas jurídicas registradas no exterior ou outras estruturas estrangeiras que divulguem informação, seja escrita ou audiovisual, a um amplo público, e recebem financiamento do exterior.

A nova legislação, que Moscou considera uma "réplica simétrica" às ações hostis dos Estados Unidos em relação aos veículos de imprensa russos, não afetará os correspondentes de meios de comunicação estrangeiros na Rússia.

O Ministério de Justiça vai decidir quais veículos de imprensa serão obrigados a se registrar como agente estrangeiro, categoria que até agora só afetava as organizações não-governamentais.

Até o momento não se sabe quais veículos de imprensa estrangeiros serão registrados como agentes, embora fontes do Senado digam que a medida afetará em primeiro lugar dois americanos, Rádio Liberty e a Voz da América.

As mesmas fontes descartaram que as emissoras "CNN" e "Deutsche Welle" (alemã), que soavam entre os possíveis afetados, sejam inscritos na lista negra, pelo menos por enquanto.

A Rússia denuncia há meses que a televisão "RT" e a agência oficial de notícias "Sputnik" estão sendo alvo de pressões nos Estados Unidos.

A "RT" foi obrigada a se inscrever como "agente estrangeiro" nos Estados Unidos para poder seguir operando, e o motor de busca Google planeja desenvolver um algoritmo que permitirá reduzir os resultados de busca destes veículos de imprensa russos considerados no país americano instrumentos de propaganda do Kremlin.