Topo

Professor francês é condenado à prisão por se relacionar com aluna de 14 anos

27/11/2017 16h58

Paris, 27 nov (EFE).- Um professor de matemática de 31 anos de idade foi condenado nesta segunda-feira na França a 18 meses de prisão isenta de cumprimento por ter mantido relações sexuais com uma aluna de 14 anos, em um caso que devolveu ao debate público a idade mínima legal para o consentimento sexual.

O Tribunal Correcional de Fontainebleau, nos arredores de Paris, considerou que o professor abusou da autoridade que o cargo lhe conferia, mas não foi considerado culpado de corrupção de menores de 15 anos.

O homem foi proibido, além disso, de trabalhar em contato com menores de idade.

"Quando estava com ela, era simplesmente a minha namorada, não a minha aluna e nem uma menina de 14 anos. (...) Nos queríamos e éramos bastante felizes juntos", declarou durante a audiência, na qual apesar de tudo reconheceu ter errado "completamente".

A jovem, por outro lado, tinha dito aos investigadores que ambos estavam apaixonados, mas durante o julgamento admitiu ter se sentido "manipulada" nessa relação.

A mãe da adolescente, Jennifer, lamentou hoje à emissora "BFM TV" o fato de a condenação não ter sido mais forte.

Segundo os veículos de imprensa franceses, a menina entrou em contato com o professor de forma privada através do Instagram e chegou a dizer que o desejava, e embora em um primeiro momento este preferiu se manter afastado da situação, seguiu em contato com ela, até que em junho começaram uma relação.

O julgamento reacendeu o debate na França sobre a idade mínima de consentimento legal para manter relações sexuais.

O presidente francês, Emmanuel Macron, comentou no sábado sua vontade de estabelecer em 15 anos esse limite de idade e de aumentar de 20 para 30 anos a prescrição dos crimes sexuais contra menores.

A ministra de Justiça, Nicole Belloubet, que se pronunciou publicamente para fixar esse limite em 13 anos, afirmou no sábado que haverá um debate no Parlamento sobre esta questão.

Belloubet disse que existe um "verdadeiro debate de sociedade" a respeito e acrescentou que é preciso "medir as consequências jurídicas precisamente".

O Governo deve apresentar em breve um projeto de lei contra a violência sexual e sexista, que segundo Macron incluirá também a possibilidade de fazer uma "denúncia" através de internet em casos de violência machista e que introduzirá nas escolas módulos de formação sobre sexismo e assédio.