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Sinn Féin rejeita conversa com unionistas sem agenda de mudança social

27/11/2017 16h10

Dublin, 27 nov (EFE).- O partido nacionalista Sinn Féin indicou nesta segunda-feira que não negociará a formação de um governo de poder compartilhado na Irlanda do Norte até que os governos em Londres e Dublin obriguem os unionistas a assumir uma agenda de mudança social.

A líder da formação, Michelle O'Neill, fez essas declarações depois de se reunir em Belfast com o ministro britânico para a região, James Brokenshire, que aposta nas conversas entre as partes para restaurar o Executivo autônomo, suspenso desde em janeiro. Segundo ela, nem Brokenshire nem os políticos de Dublin "estabeleceram processo algum" para facilitar a introdução de "direitos sociais" reconhecidos no "resto da ilha", como o casamento entre homossexuais legalizado na República da Irlanda em 2015.

O Partido Democrático Unionista (DUP), majoritário entre a comunidade protestante e membro do governo conservador britânico, se nega, entre outras questões, a reconhecer esse tipo de união e a redigir uma lei específica para a língua gaélica, como o Sinn Féin, principal força entre os católicos norte-irlandeses, reivindica. A posição de O'Neill joga, por enquanto, por terra os esforços da primeira-ministra britânica, Theresa May, que convocou na terça-feira passada ambos os partidos para iniciar esta semana uma nova fase de conversas.

"O que não podemos fazer é continuar dando voltas como um hamster numa roda com negociações que não acabam nunca", disse a líder nacionalista.

Hoje, o deputado autônomo do DUP Simon Hamilton acusou o Sinn Féin de "se apagar" do cenário político ao rejeitar participar do diálogo, "quase um ano depois" de provocar, segundo ele, o colapso do Executivo de poder compartilhado.

O governo de Belfast caiu em janeiro deste ano, e May convocou eleições antecipadas em março, mas os partidos não foram capazes de ajustar as suas posições desde então. Este mês, Londres tomou as rédeas da economia norte-irlandesa, como primeiro passo para assumir o controle total da região se não tiver acordo nas próximas semanas. EFE

ja/cdr