Topo

Justiça confirma acusação contra Cristina Kirchner por lavagem de dinheiro

30/11/2017 15h36

Buenos Aires, 30 nov (EFE).- A Justiça argentina confirmou nesta quinta-feira a acusação contra a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) e seus dois filhos como supostos líderes de uma associação ilícita destinada a cometer crimes de lavagem de dinheiro ao lado de empresários de obras públicas.

A sala I da Câmara Federal de Buenos Aires, integrada pelos juízes Leopoldo Bruglia e Jorge Luis Ballestero, confirmou também a acusação contra os construtores Lázaro Báez e Cristóbal López, e contra Romina Mercado, sobrinha de Cristina e de seu falecido marido - o também ex-mandatário Néstor Kirchner (2003-2007) - e que foi presidente desde 2015 da sociedade Los Sauces.

Através de uma resolução publicada no Centro de Informação Judicial (CIJ), os magistrados aprovaram assim a decisão do juiz federal Claudio Bonadio, quem em abril considerou a ex-presidente "penalmente responsável por crimes como parte de uma associação ilícita em qualidade de chefe".

Este se traduz "em forma real ao crime de lavagem de dinheiro de origem ilícita", agravado por desempenhar o papel de funcionário público e por "negociações incompatíveis", apontou Bonadio em sua decisão, na qual também ordenou um embargo sobre os bens de Cristina no valor de 130 milhões de pesos (US$ 7,38 milhões de dólares, no câmbio atual).

Além disso, Máximo - atual deputado nacional - e Florença Kirchner também foram apreendidos com grandes somas de dinheiro e acusados por Bonadio de liderar essa suposta associação ilegal.

A investigação começou em abril de 2016 por uma denúncia da deputada de centro-esquerda Margarita Stolbizer contra Cristina e seus filhos, na qual os acusava de falsificação de documentos públicos, suborno e lavagem de dinheiro em supostas transações ilícitas com López e Báez.

A acusação aponta que a empresa Los Sauces, dedicada ao aluguel de imóveis e criada em 2006 pelo casal presidencial e seu filho Máximo, pode ter sido usada para receber, mediante arrendamentos dessas propriedades, transferências milionárias de ambos empresários, que previamente teriam vencido licitações de obras com superfaturadas.

Após a decisão judicial de hoje, a senadora eleita - que nesta quarta-feira jurou seu cargo na Câmara Alta - só poderá recorrer perante a Suprema Corte de Justiça e chegue mais perto da possibilidade de ser citada para comparecer a um julgamento.