Juiz ordena 18 meses de prisão para empresários peruanos por caso Odebrecht
Lima, 4 dez (EFE).- O juiz Richard Concepción Carhuancho determinou nesta segunda-feira a pena de um ano e seis meses de prisão preventiva para cinco empresários peruanos supostamente envolvidos no pagamento de subornos da Odebrecht no Peru, informaram fontes oficiais.
O magistrado do Primeiro Tribunal de Investigação Preparatória aceitou o pedido da Ministério Público e ordenou a medida contra José Graña Miro Quesada e Hernando Graña Acuña, da empresa Graña y Montero; Fernando Camet Piccone, da JJCamet; e Fernando Castillo Dibós, da ICCGSA. O juiz também determinou que o empresário Gonzalo Ferraro Rey, ex-presidente executivo da Graña y Montero, cumpra a ordem judicial num hospital de Lima, depois que o seu advogado afirmou que ele tem câncer.
Na resolução, Carhuancho considerou que os empresários teriam coordenado de maneira fraudulenta com a Odebrecht a entrega de subornos para conseguir as obras dos trechos II e III da Rodovia Interoceânica durante o governo de Alejandro Toledo, que foi presidente de 2001 a 2006. Segundo ele, teriam sido feitos "pactos por debaixo da mesa", para "reembolsar" a Odebrecht parte do dinheiro de um suposto suborno entregue a Toledo.
O juiz afirmou que neste caso existiam provas da alegada comissão de crimes de colusão (acerto para enganar ou prejudicar alguém) e lavagem de dinheiro, com acusações que implicam possíveis penas de seis a onze anos de prisão.
Durante a audiência, que se desenvolveu desde a tarde de ontem e cuja parte resolutiva começou depois das 3h (horário local, 6h em Brasília) de hoje, o promotor Hamilton Castro garantiu que, com a sua decisão, o juiz demonstraria se a lei no Peru é igual para todos.
Castro explicou que as empresas sócias da Odebrecht na construção de dois trechos da Rodovia Interoceânica cederam parte das suas utilidades à Odebrecht como compensação do suborno de US$ 20 milhões que supostamente entregou a Toledo.
"A Odebrecht pagou a propina, mas as empresas peruanas compensaram essa despesa depois", afirmou o promotor antes de acrescentar que "foi determinado com perícias que estas empresas cederam mais de 41 milhões de sóis das suas utilidades sob o aspecto de riscos adicionais".
"Isso equivale a US$ 15 milhões", enfatizou.
O promotor lembrou que o ex-diretor da Odebrecht no Peru Jorge Barata declarou ter tido os primeiros contatos com pessoas próximas a Toledo em 2004 e que no ano seguinte começou o pagamento do suborno, em várias etapas.
Durante a audiência, os advogados dos empresários entregaram passaportes, documentos pessoais e outros documentos ao juiz para tentar mostrar que os seus clientes não tinham intenção de fugir e que iriam colaborar com as investigações.
Após conhecer a resolução, e por ordem do juiz, os quatro empresários que cumprirão a pena em regime fechado foram levados às celas do Poder Judiciário, no centro histórico de Lima, onde esperarão a decisão das autoridades sobre o seu lugar de reclusão.
No Peru, o caso Odebrecht se centra em acompanhar o rastro de US$ 29 milhões que a companhia brasileira admitiu à Justiça americana ter entregue em subornos a funcionários peruanos em troca de contratos milionários obras entre 2005 e 2014.
Esse período abrange os governos de Toledo, com ordem de captura por supostamente ter recebido US$ 20 milhões; Alan García, que governou de 2006 a 2011 e investigado pelas obras do Metrô de Lima; e Ollanta Humala, que foi presidente de 2011 a 2016 e está preso. EFE
dub/cdr
O magistrado do Primeiro Tribunal de Investigação Preparatória aceitou o pedido da Ministério Público e ordenou a medida contra José Graña Miro Quesada e Hernando Graña Acuña, da empresa Graña y Montero; Fernando Camet Piccone, da JJCamet; e Fernando Castillo Dibós, da ICCGSA. O juiz também determinou que o empresário Gonzalo Ferraro Rey, ex-presidente executivo da Graña y Montero, cumpra a ordem judicial num hospital de Lima, depois que o seu advogado afirmou que ele tem câncer.
Na resolução, Carhuancho considerou que os empresários teriam coordenado de maneira fraudulenta com a Odebrecht a entrega de subornos para conseguir as obras dos trechos II e III da Rodovia Interoceânica durante o governo de Alejandro Toledo, que foi presidente de 2001 a 2006. Segundo ele, teriam sido feitos "pactos por debaixo da mesa", para "reembolsar" a Odebrecht parte do dinheiro de um suposto suborno entregue a Toledo.
O juiz afirmou que neste caso existiam provas da alegada comissão de crimes de colusão (acerto para enganar ou prejudicar alguém) e lavagem de dinheiro, com acusações que implicam possíveis penas de seis a onze anos de prisão.
Durante a audiência, que se desenvolveu desde a tarde de ontem e cuja parte resolutiva começou depois das 3h (horário local, 6h em Brasília) de hoje, o promotor Hamilton Castro garantiu que, com a sua decisão, o juiz demonstraria se a lei no Peru é igual para todos.
Castro explicou que as empresas sócias da Odebrecht na construção de dois trechos da Rodovia Interoceânica cederam parte das suas utilidades à Odebrecht como compensação do suborno de US$ 20 milhões que supostamente entregou a Toledo.
"A Odebrecht pagou a propina, mas as empresas peruanas compensaram essa despesa depois", afirmou o promotor antes de acrescentar que "foi determinado com perícias que estas empresas cederam mais de 41 milhões de sóis das suas utilidades sob o aspecto de riscos adicionais".
"Isso equivale a US$ 15 milhões", enfatizou.
O promotor lembrou que o ex-diretor da Odebrecht no Peru Jorge Barata declarou ter tido os primeiros contatos com pessoas próximas a Toledo em 2004 e que no ano seguinte começou o pagamento do suborno, em várias etapas.
Durante a audiência, os advogados dos empresários entregaram passaportes, documentos pessoais e outros documentos ao juiz para tentar mostrar que os seus clientes não tinham intenção de fugir e que iriam colaborar com as investigações.
Após conhecer a resolução, e por ordem do juiz, os quatro empresários que cumprirão a pena em regime fechado foram levados às celas do Poder Judiciário, no centro histórico de Lima, onde esperarão a decisão das autoridades sobre o seu lugar de reclusão.
No Peru, o caso Odebrecht se centra em acompanhar o rastro de US$ 29 milhões que a companhia brasileira admitiu à Justiça americana ter entregue em subornos a funcionários peruanos em troca de contratos milionários obras entre 2005 e 2014.
Esse período abrange os governos de Toledo, com ordem de captura por supostamente ter recebido US$ 20 milhões; Alan García, que governou de 2006 a 2011 e investigado pelas obras do Metrô de Lima; e Ollanta Humala, que foi presidente de 2011 a 2016 e está preso. EFE
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