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Primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, retira sua renúncia

05/12/2017 10h48

Beirute, 5 dez (EFE).- O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, anunciou nesta terça-feira que retira sua renúncia, anunciada no último dia 4 de novembro na Arábia Saudita e que mergulhou seu país em uma crise política.

Hariri voltou atrás em sua renúncia depois de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, na qual todas as forças políticas libanesas se comprometeram a dissociar-se dos conflitos regionais.

"O gabinete agradeceu ao primeiro-ministro por ter desistido da sua renúncia", afirmou Hariri ao ler um comunicado ao término da sessão do gabinete.

Todas as formações políticas libanesas representadas no governo, entre elas o grupo xiita Hezbollah, estão comprometidas com a manutenção de "boas relações com seus irmãos árabes" e em não interferir em seus assuntos internos, disse Hariri.

Este acordo tinha sido aprovado ontem à noite e enviado aos ministros, que antes da reunião do gabinete, conduzida pelo presidente Michel Aoun, anteciparam à imprensa sua aceitação.

Hariri renunciou no último dia 4 de novembro em uma viagem não anunciada a Riad, na qual alegou que existia um plano para assassiná-lo e se queixou das "ingerências" do Irã na política libanesa através do Hezbollah.

A renúncia provocou uma crise política nacional e internacional, devido à longa permanência de Hariri em Riad, que inclusive levou Aoun a considerar que seu primeiro-ministro estava detido na Arábia Saudita.

A crise foi desbloqueada pela intervenção da França, cujo presidente, Emmanuel Macron, convidou Hariri a visitar Paris no último dia 18 de novembro.

Três dias depois Hariri retornou a Beirute e pôs em "suspenso" sua renúncia, à espera das negociações políticas.