Topo

Erdogan encerra primeira viagem à Grécia com visita à comunidade muçulmana

08/12/2017 13h41

Atenas, 8 dez (EFE) - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, terminou nesta sexta-feira sua viagem oficial à Grécia com uma visita à região da Trácia Ocidental, na qual evitou bater de frente com Atenas, se bem que se dirigiu à minoria muçulmana como "compatriotas", um termo tabu para o Governo grego.

"Vamos tentar fortalecer a cooperação com a Grécia e vocês são a ponte para isso", disse Erdogan na cidade de Komotini, onde foi recebido com as palavras "nosso líder".

Após participar da oração de sexta-feira em uma das mesquitas da cidade, Erdogan visitou um colégio para meninos desta minoria religiosa de origem turca, romani e pomaca, e depois foi a um almoço organizado pela comunidade muçulmana.

Embora em repetidas ocasiões Erdogan tenha se dirigido a eles como "compatriotas" e "concidadãos", em outros momentos os qualificou de gregos.

"Vocês têm uma fé forte. Não têm nada para temer como cidadãos gregos (...) A Grécia é um país forte e precisa de encontrar soluções para todos os cidadãos gregos", disse. "A Grécia deve muito à Turquia e a Turquia muito à Grécia", acrescentou.

Com estas declarações o presidente turco deu à visita um tom mais conciliador, algo ausente no primeiro dia.

A visita de Erdogan à Trácia tinha criado especial temor em Atenas, ainda mais depois de ter pedido abertamente a revisão do Tratado de Lausanne, que em 1923 regulou as fronteiras da Turquia moderna e definiu os direitos das minorias.

As suas declarações para a imprensa com o chefe de Estado grego, Prokopis Pavlopulos, e com o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, no primeiro dia da visita, foram dominadas por esta questão.

Erdogan pediu mais direitos para os 120 mil cidadãos que pertencem à minoria muçulmana na Trácia ocidental e culpou Atenas de que a sua situação econômica seja infinitamente pior que a do resto da Grécia.

O Governo grego se centrou hoje em ressaltar o aspecto positivo da visita, no que foram abertamente abordadas todas as questões conflituosas, algo que Atenas vê como importante num momento em que a Grécia vê sua missão internacional em exercer como fator estabilizador numa região conflituosa.