Topo

Iraque anuncia final da guerra contra Estado Islâmico em seu território

09/12/2017 13h11

Shaalan Jabouri.

Bagdá, 9 dez (EFE).- O primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, anunciou neste sábado que o exército do Iraque deu por finalizada a guerra que fez o país sangrar durante três anos e meio, ao confirmar a retomada do controle dos últimos redutos que o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) mantinha no país.

"As nossas forças conseguiram o controle total das fronteiras com a Síria", garantiu Abdadi em um pronunciamento aos meios de comunicação em Bagdá.

O primeiro-ministro acrescentou que "a vitória foi conquistada graças à unidade de todos os iraquianos na luta contra um inimigo que não pensava que veríamos neste dia".

"As forças iraquianas libertaram todo o território iraquiano dos terroristas e controla todas as fronteiras e suas passagens. Os últimos terroristas no Iraque foram eliminados hoje", assegurou, por sua parte, o Ministério de Defesa em um comunicado.

Já o subcomandante das forças iraquianas conjuntas, Abdelamir Yarala, confirmou o final da guerra contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) após a recuperação dos últimos territórios que os jihadistas controlavam junto à fronteira com a Síria, nas províncias de Ninawa e Al Anbar.

"Foi consumada a libertação de todos os territórios do Iraque dos grupos do Daesh (acrônimo em árabe do EI) e nossas forças controlam as fronteiras entre o Iraque e a Síria desde a passagem fronteiriça de Al Walid até a de Rabia", detalhou Yarala em um comunicado.

A coalizão internacional contra o EI, liderada pelos Estados Unidos, felicitou em um comunicado "o povo do Iraque pela sua vitória contra o Daesh" e destacou que continuarão lhe prestando apoio "enquanto estabelecem as condições para um futuro seguro e próspero".

O enviado especial dos Estados Unidos para a coalizão internacional, Brett McGurk, reforçou, neste sentido, que continuará o apoio às forças de segurança iraquianas, à sua economia e à sua estabilização "para assegurar que o EI nunca poderá voltar a ameaçar o povo iraquiano ou usar seu território como refúgio".

"Destacamos a histórica vitória de hoje conscientes do trabalho que ainda é preciso fazer", concluiu McGurt em sua conta no Twitter.

Embora no último dia 10 de julho, com a libertação total de Mossul, a principal cidade ocupada pelos jihadistas, as autoridades tenham decretado a derrota do Estado Islâmico, a luta continuou até o anúncio de hoje.

Após a inflamada batalha de Mossul, que começou em 17 de outubro de 2016 e não concluiu até julho deste ano, os demais territórios que o EI controlava no país foram caindo pouco a pouco.

Em agosto foi a vez de Tel Afar, no oeste da província de Ninawa, da qual Mossul é capital. Depois de Tel Afar, uma das fortificações insurgentes e situada perto da Síria, se seguiu em outubro a comarca de Al Hauiya, na província de Kirkuk.

Após a retomada dessa área, em 5 de outubro, as forças iraquianas centraram seus esforços no deserto fronteiriço com a Síria, onde na outra parte da fronteira os jihadistas estavam sendo acossados pelas forças leais ao presidente Bashar al Assad e por milícias curdas.

Nesta última operação das forças iraquianas foi recuperado o controle de 183 quilômetros de fronteira, desde o município de Al Romena, reconquistado em 11 de novembro, até a cidade de Tel Safuk, perto da fronteira com a Síria, e recuperada em 8 de junho.

Estes três anos e meio de conflito deixaram seis milhões de deslocados, três milhões e meio dos quais buscaram refúgio em acampamentos e o demais encontraram alojamento em casas alugadas, de familiares ou conhecidos.

Segundo os últimos dados de setembro do Escritório da ONU para os Refugiados (OCHA), ainda restam 3.200.000 deslocados internos e 11 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, apesar de que, em muitas áreas, a população começou a retornar aos seus lares.