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Justiça do Sudão libera 24 mulheres acusadas de uso de roupas "escandalosas"

Mulheres refugiadas se reúnem em local de Jamam, no Sudão, em busca de água - Hannah McNeish/AFP
Mulheres refugiadas se reúnem em local de Jamam, no Sudão, em busca de água Imagem: Hannah McNeish/AFP

Em Cartum

10/12/2017 14h19

Um tribunal do Sudão declarou neste domingo (10) a inocência de 24 mulheres, entre elas duas sul-sudanesas, detidas na quinta-feira (7) passada por estarem usando "peças (de roupa) escandalosas" numa festa realizada num salão particular no leste de Cartum.

De acordo com o policial Mohammed al Samani, o juiz não viu o ato como um crime e liberou as mulheres. Elas ficarem quatro dias presas por usarem saias qualificadas como "curtas" e calças muito apertadas.

O tribunal determinou uma multa de 10 mil libras sudanesas (cerca de R$ 1.300) à organizadora da festa por fornecer "informações falsas" às autoridades para conseguir permissão para a realização do evento e outra de 5 mil libras sudanesas (R$ 650) ao dono da banda que tocou no dia.

A festa foi promovida nas redes sociais por uma sul-sudanesa dedicada à indústria da moda.

O caso fez com que ativistas pedissem ao governo sudanês a anulação da lei que criminaliza o uso de roupas curtas.