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Ministro israelense pede boicote a cidadãos árabes do norte após protestos

10/12/2017 09h15

Jerusalém, 10 dez (EFE).- O ministro de Defesa israelense, Avigdor Lieberman, pediu neste domingo um boicote contra a região de maioria árabe de Wadi Ara, no norte do país, onde vários cidadãos participaram ontem de manifestações contra a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

"Deveriam entender que não são queridos aqui, não são parte de nós", disse o ministro em entrevista à emissora de rádio do exército, na qual reforçou que os moradores de Wadi Ara, em sua maioria palestinos com cidadania israelense, "não têm conexões com este país".

Lieberman fez estes comentários por conta dos protestos registrados neste sábado na área, uma região da Galileia, onde centenas de pessoas se manifestaram contra a decisão americana que rompeu com décadas de consenso internacional sobre Jerusalém.

"O que está acontecendo em Wadi Ara é intolerável (...) Por isso faço um pedido boicote de Wadi Ara. Não ir ali, nem comprar ali. Precisam entender que é impossível manifestar-se com bandeiras do Hezbollah, palestinas e fotos do (líder do Hezbollah, Hassan) Nasrallah", criticou o titular de Defesa.

Lieberman também disse que espera que a situação "retorne à normalidade, sem distúrbios nem violência, e tudo seja coisa do passado", após numerosos protestos contra forças israelenses que se repetiram estes dias, principalmente em Gaza e na Cisjordânia, com alguns distúrbios em Jerusalém Oriental, a parte ocupada por Israel e onde a polícia advertiu que responderia a "todo protesto ilegal".

Nesta nova escalada de tensão morreram quatro palestinos em Gaza, dois deles em enfrentamentos com os soldados israelenses e dois em bombardeios da aviação israelenses contra posições do movimento islamita Hamas, e mais de 400 pessoas ficaram feridas.