Ex-prefeito opositor libertado deixa a Venezuela apesar de proibição

Caracas, 13 dez (EFE).- O ex-prefeito opositor venezuelano Delson Guárate, que foi libertado no último dia 3 de novembro, confirmou nesta quarta-feira que deixou a Venezuela, apesar de estar proibido de sair do país, e se encontra na Colômbia.

"Hoje da Colômbia quero dizer aos venezuelanos que tive esta oportunidade de sair caminhando para defender nossa pátria (...) Queriam me levar novamente às grades do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência), queriam me encarcerar novamente por pensar diferente", declarou o ex-prefeito em um áudio enviado à Agência Efe.

Guárate, que foi prefeito da cidade Mario Briceño Iragorry, do estado de Aragua, tinha sido libertado junto com o opositor Yon Goicoechea.

O ex-prefeito, que se candidatou à reeleição no seu município no domingo passado, é alvo de três medidas cautelares: a proibição de saída do país, não emitir declarações sobre seu caso e submeter-se a um julgamento, segundo explicaram seus advogados.

No áudio divulgado hoje, Guárate explica também que viveu uma situação em um centro de votação durante os pleitos do final de semana na qual foi alvo de "disparos".

"Aqui da Colômbia vamos seguir lutando, vamos avançar, vamos estar nas próximas horas nos reunindo com a Associação de Prefeitos com os partidos políticos, recorreremos à ONU, à OEA", acrescentou.

Guárate foi detido às vésperas de uma passeata opositora em 1º de setembro de 2016 em Caracas acusado de "financiamento ao terrorismo" e "formação de quadrilha".

Seus familiares denunciaram que, durante sua permanência na prisão, perdeu mais de 20 quilos e se agravaram seus problemas relacionados com diabetes e hipertensão arterial, razão pela qual solicitaram ao governo liderado por Nicolás Maduro que lhe fosse concedido um perdão humanitário.