Pacto com Argentina incluía tirar alerta vermelho para terroristas, diz Irã
Buenos Aires, 13 dez (EFE).- A Argentina recebeu uma carta na qual o Governo do Irã afirma que o pacto bilateral assinado em 2013, pelo qual a ex-presidente Cristina Kirchner é acusada de traição à pátria, incluía tirar os alertas de captura dos iranianos acusados do ataque ao prédio da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em Buenos Aires em 1994.
Segundo informou à Agência Efe a Delegação de Associações Israelitas da Argentina (DAIA), querelante no caso em que o acordo é investigado, em 4 de novembro o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, dirigiu uma carta a seu colega argentino, Jorge Faurie, que já foi incluída no caso dirigido pelo juiz Claudio Bonadio.
O texto aponta que, após a assinatura do Memorando de Entendimento com o Irã, que na Argentina foi aprovado pelo Congresso e declarado depois inconstitucional, mas que no Irã nunca chegou a ser ratificado, ambas chancelarias solicitaram à Interpol tirar os alertas vermelhos sobre os iranianos acusados na Argentina pelo atentado, que deixou 85 mortos e segue impune.
"Imediatamente depois da assinatura do memorando, os então ministros de Relações Exteriores do Irã e da Argentina, cumprindo com o artigo 7 do mesmo, enviaram uma carta conjunta ao Secretário-Geral da Interpol se referindo ao acordo alcançado entre os dois países para colaborar em nível bilateral (e) solicitaram à Interpol pôr fim às obrigações com relação à causa AMIA", afirma o texto.
Em 7 de dezembro, Bonadio ordenou deter Cristina, atual senadora, por suposta traição à pátria derivada do suposto encobrimento dos cidadãos acusados do ataque à AMIA através desse pacto com o Irã, pelo qual pediu ao Senado a eliminação da imunidade parlamentar.
O expediente judicial foi aberto pela denúncia que o promotor Alberto Nisman realizou em janeiro de 2015 contra ela e vários membros de seu Governo quatro dias antes de aparecer morto, em condições que ainda são investigadas, na qual assegurava que esse pacto, que oficialmente buscava chegar à verdade sobre o atentado, pretendia na realidade encobrir os acusados iranianos a fim de melhorar a relação comercial bilateral.
Entre eles, o ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani e o ex-chanceler Ali Akbar Velayati.
No entanto, esta situação foi sempre negada pela ex-presidente e sua equipe, que insistem que o pacto só buscava chegar à verdade do atentado.
Além disso, após as medidas ditadas por Bonadio, que incluíram outros processados, vários deles em prisão preventiva e prisão domiciliar, como o ex-chanceler Héctor Timerman por seu delicado estado de saúde, o ex-Secretário-Geral da Interpol Richard Noble revelou no Twitter que os pedidos de captura contra os iranianos sempre estiveram vigentes e que a Argentina nunca solicitou suspendê-los.
Na carta do ministro iraniano, este lembra que seu país, "com a boa vontade e com o objetivo de ajudar a esclarecer as verdades sobre o atentado", assinou o acordo com a Argentina, após o qual "e seguindo a vontade política de ambos governos, instituições legislativas e competentes de ambos países corroboraram e confirmaram".
Em declarações à Efe, o presidente da DAIA, Ariel Cohen, disse hoje que a carta do ministro iraniano é "uma revelação que dá mais sustento à acusação do promotor Nisman e às medidas ordenadas pelo juiz Bonadio".
"Com esta carta, o chanceler iraniano ratifica que o Memorando foi projetado para cumprir com o objetivo de suspender os alertas vermelhos", acrescentou Cohen.
Segundo sua opinião, ficou demonstrado o interesse do Irã pelo memorando, porque necessitava suspender os pedidos de captura, que envolvem altos funcionários desse país.
"Agora é preciso determinar qual foi o interesse do então Governo argentino", ressaltou.
Em entrevista coletiva após conhecer seu pedido de detenção, a ex-presidente disse que o que realmente foi acordado com o Irã era garantir que os acusados de participação no atentado prestassem depoimento, já que a causa está "totalmente paralisada" porque o Irã não os extradita.
O atentado contra a AMIA, que a comunidade judaica atribui ao Irã e ao grupo xiita Hezbollah, foi o segundo contra judeus na Argentina, depois da morte de 29 pessoas em 1992 após a explosão de uma bomba diante da embaixada israelense, que também não foi esclarecido.
Segundo informou à Agência Efe a Delegação de Associações Israelitas da Argentina (DAIA), querelante no caso em que o acordo é investigado, em 4 de novembro o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, dirigiu uma carta a seu colega argentino, Jorge Faurie, que já foi incluída no caso dirigido pelo juiz Claudio Bonadio.
O texto aponta que, após a assinatura do Memorando de Entendimento com o Irã, que na Argentina foi aprovado pelo Congresso e declarado depois inconstitucional, mas que no Irã nunca chegou a ser ratificado, ambas chancelarias solicitaram à Interpol tirar os alertas vermelhos sobre os iranianos acusados na Argentina pelo atentado, que deixou 85 mortos e segue impune.
"Imediatamente depois da assinatura do memorando, os então ministros de Relações Exteriores do Irã e da Argentina, cumprindo com o artigo 7 do mesmo, enviaram uma carta conjunta ao Secretário-Geral da Interpol se referindo ao acordo alcançado entre os dois países para colaborar em nível bilateral (e) solicitaram à Interpol pôr fim às obrigações com relação à causa AMIA", afirma o texto.
Em 7 de dezembro, Bonadio ordenou deter Cristina, atual senadora, por suposta traição à pátria derivada do suposto encobrimento dos cidadãos acusados do ataque à AMIA através desse pacto com o Irã, pelo qual pediu ao Senado a eliminação da imunidade parlamentar.
O expediente judicial foi aberto pela denúncia que o promotor Alberto Nisman realizou em janeiro de 2015 contra ela e vários membros de seu Governo quatro dias antes de aparecer morto, em condições que ainda são investigadas, na qual assegurava que esse pacto, que oficialmente buscava chegar à verdade sobre o atentado, pretendia na realidade encobrir os acusados iranianos a fim de melhorar a relação comercial bilateral.
Entre eles, o ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani e o ex-chanceler Ali Akbar Velayati.
No entanto, esta situação foi sempre negada pela ex-presidente e sua equipe, que insistem que o pacto só buscava chegar à verdade do atentado.
Além disso, após as medidas ditadas por Bonadio, que incluíram outros processados, vários deles em prisão preventiva e prisão domiciliar, como o ex-chanceler Héctor Timerman por seu delicado estado de saúde, o ex-Secretário-Geral da Interpol Richard Noble revelou no Twitter que os pedidos de captura contra os iranianos sempre estiveram vigentes e que a Argentina nunca solicitou suspendê-los.
Na carta do ministro iraniano, este lembra que seu país, "com a boa vontade e com o objetivo de ajudar a esclarecer as verdades sobre o atentado", assinou o acordo com a Argentina, após o qual "e seguindo a vontade política de ambos governos, instituições legislativas e competentes de ambos países corroboraram e confirmaram".
Em declarações à Efe, o presidente da DAIA, Ariel Cohen, disse hoje que a carta do ministro iraniano é "uma revelação que dá mais sustento à acusação do promotor Nisman e às medidas ordenadas pelo juiz Bonadio".
"Com esta carta, o chanceler iraniano ratifica que o Memorando foi projetado para cumprir com o objetivo de suspender os alertas vermelhos", acrescentou Cohen.
Segundo sua opinião, ficou demonstrado o interesse do Irã pelo memorando, porque necessitava suspender os pedidos de captura, que envolvem altos funcionários desse país.
"Agora é preciso determinar qual foi o interesse do então Governo argentino", ressaltou.
Em entrevista coletiva após conhecer seu pedido de detenção, a ex-presidente disse que o que realmente foi acordado com o Irã era garantir que os acusados de participação no atentado prestassem depoimento, já que a causa está "totalmente paralisada" porque o Irã não os extradita.
O atentado contra a AMIA, que a comunidade judaica atribui ao Irã e ao grupo xiita Hezbollah, foi o segundo contra judeus na Argentina, depois da morte de 29 pessoas em 1992 após a explosão de uma bomba diante da embaixada israelense, que também não foi esclarecido.
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