Topo

Russos visitam área militar da Coreia do Norte e dizem: eles não mentem sobre mísseis

29.nov.2017 - Imagem divulgada pelo governo da Coreia do Norte mostra o líder Kim Jong-un (roupa escura) diante do que o regime chama de míssil balístico intercontinental Hwasong-15 - KCNA via AP
29.nov.2017 - Imagem divulgada pelo governo da Coreia do Norte mostra o líder Kim Jong-un (roupa escura) diante do que o regime chama de míssil balístico intercontinental Hwasong-15 Imagem: KCNA via AP

Em Moscou

16/12/2017 14h06

Deputados russos disseram neste sábado (16) que visitaram instalações militares da Coreia do Norte e consideram que Pyongyang não mente quando diz que pode atingir os Estados Unidos com seus mísseis.

"Nos mostraram tudo o que queríamos ver, incluindo as instalações militares. Organizamos a viagem com um só objetivo: evitar o conflito militar que se avizinha", disse o chefe da delegação parlamentar que visitou a Coreia do Norte, Kazbek Taisaev.

A visita ocorreu no fim de novembro. Segundo o deputado, os mísseis balísticos norte-coreanos podem atingir "tranquilamente" o território americano.

"Há níveis de temperatura que é preciso superar para que os mísseis cheguem ao alvo e não explodam nas camadas mais densas da atmosfera. Eles já solucionaram esse problema há muito tempo. Os americanos acham que os norte-coreanos não têm essa tecnologia, mas eles a têm há muito tempo", disse o parlamentar.

Recentemente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu que nem sabe os armamentos que a Coreia do Norte realmente possui por se tratar de um "país fechado". No entanto, sugeriu que o regime de Kim Jong-un já tem mísseis com alcance de até 5 mil quilômetros.

Taisaev também afirmou que o último teste com mísseis realizado pela Coreia do Norte ocorreu durante a visita da delegação russa.

"Defendemos uma solução pacífica para o conflito na península coreana, e os EUA são o principal obstáculo para a reunificação", afirmou o parlamentar russo.

"Se os norte-americanos não proibissem a Coreia do Sul de negociar com a Coreia do Norte, eles já teriam se reunificado há muito tempo. Os norte-coreanos sonham com isso e falam disso constantemente", disse Taisaev.

Em caso de reunificação, na avaliação do deputado russo, poderia haver na península coreana um país no qual coexistissem "dois sistemas", como ocorre na China.

Taisaev também negou a existência de campos de trabalho forçado para presos políticos na Coreia do Norte.

"Estive lá muitas vezes. Conheço bem a Coreia do Norte e, para nós, lá não há segredos. Nos mostraram tudo o que queríamos ver, tanto as instalações militares como civis. E afirmo: essa é uma mentira podre", afirmou o parlamentar sobre os campos.

O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, descartou ontem iniciar uma negociação com a Coreia do Norte enquanto o regime de Kim Jong-un mantiver um comportamento agressivo.

Em resposta, o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Riabkov, afirmou hoje que as sanções contra a Coreia do Norte não dão resultado e pediu que os EUA sentem na mesa de negociação.

O vice-chanceler reiterou que a Rússia considera o programa nuclear norte-coreano como "inadmissível", mas que Pyongyang não poderia se negar a negociar se o plano russo-chinês para resolver o conflito fosse aprovado. A proposta, no entanto, é rejeitada por Washington.

O plano contempla o fim dos testes nucleares por parte do regime de Kim Jong-un e a suspensão das manobras militares conjuntas entre EUA e Coreia do Sul.

#LigadoNoMundo: Qual o tamanho da ameaça nuclear hoje?

UOL Notícias