Topo

Negociações entre Merkel e social-democratas começarão em 7 de janeiro

20/12/2017 14h21

Berlim, 20 dez (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente do Partido Social-Democrata (SPD), Martin Schulz, decidiram nesta quarta-feira que a primeira fase de negociações para a formação de um governo acontecerá entre os dias 7 e 11 de janeiro.

Este é o principal resultado do encontro realizado hoje entre Merkel e Schulz, segundo um comunicado conjunto do bloco conservador e do SPD, que fala de uma "boa conversa em uma atmosfera de confiança".

No dia 12 de janeiro já seria possível "apresentar um resultado" desta primeira fase das conversas, para que em seguida os partidos implicados - a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel, a bávara União Social-Cristã (CSU) e o SPD - aprovem, sobre essa base, o início de uma segunda rodada das negociações.

Além disso, Merkel e Schulz rascunharam os 14 blocos temáticos nos quais será dividida esta primeira parte das conversas e estabeleceram um capítulo à parte para estudar "a forma de trabalho do governo e dos grupos parlamentares".

Este último ponto é estratégico, porque indica que nesta primeira fase das negociações será estudado o formato do novo governo e, em consequência, serão confrontadas as diferentes visões que têm a este respeito o bloco conservador e os social-democratas.

Merkel insistiu em repetidas ocasiões que seu objetivo é formar uma grande coalizão com os social-democratas: um governo com ministros de ambas legendas baseado em um acordo muito detalhado no qual se especifiquem desde o princípio os grandes projetos legislativos que querem aprovar na legislatura.

No entanto, o SPD é reticente a esta fórmula - com a qual esteve no governo na última legislatura - porque considera que prejudica seu perfil, compromete sua atuação nas urnas e lhe impede de se renovar.

Por isso, o SPD propôs nas últimas semanas várias fórmulas alternativas que dariam estabilidade a um governo liderado por Merkel, mas que permitiriam uma maior flexibilidade aos social-democratas.

Entre estas propostas se encontra a de um governo conservador em minoria apoiada só em temas estratégicos previamente pactuados pelos social-democratas; e a denominada "coalizão de cooperação", com ministros do SPD, mas uma agenda comum somente para alguns assuntos principais.

Segundo diferentes analistas, essas negociações podem durar várias semanas, com o que a formação de um novo governo não seria possível antes de março.

Esta já se trata da legislatura na qual os partidos alemães mais demoram a chegar a um acordo para a formação de governo, superando a negociação mais longa até o momento, a da última grande coalizão (2013-2017), que se prolongou por três meses.

Os contatos do bloco CDU/CSU com o SPD começaram depois do fracasso da tentativa de conservadores, liberais e verdes de formar uma coalizão, e também após os social-democratas abandonarem, pelo menos parcialmente, sua determinação de passar à oposição após seus maus resultados nos pleitos.