Keiko Fujimori diz que Marcelo Odebrecht "especula" em seu caso
A líder do partido Força Popular, Keiko Fujimori, afirmou neste sábado (30) que o empresário Marcelo Odebrecht "especula" quando em novembro declarou a uma equipe de promotores do Peru que sua construtora colaborou no financiamento da sua campanha eleitoral.
"Marcelo Odebrecht no meu caso especula, mostra intenções, mas não fatos. Ele não me conhece, nem me deu dinheiro", afirmou Keiko, em mensagem publicada em sua conta no Twitter.
A filha mais velha do ex-presidente Alberto Fujimori acrescentou que nas declarações de Odebrecht "antes da pergunta: sabe se o pagamento foi realizado a ela?" Ele respondeu sem rodeios: "não".
Odebrecht declarou que "com certeza" sua empresa apoiou políticos peruanos como Keiko Fujimori, Alan García, Alejandro Toledo e Ollanta Humala, segundo revelou hoje o portal de investigação jornalística "IDL-Reporteros", que publicou pela primeira vez o áudio e a transcrição da declaração.
Quando se referiu a Keiko Fujimori, Marcelo reafirmou que disse a seu então representante no Peru, Jorge Barata, "que apoie mais Keiko para fazer o mesmo processo da Venezuela".
"E dei o da Venezuela (como exemplo), porque nós fazíamos isso na Venezuela. A maneira de evitar a oposição, era justamente atender às suas necessidades em campanha. Então foi esse tipo de conversa", avaliou o empresário.
Keiko rejeitou nos últimos meses ter recebido financiamento de Marcelo, depois que se revelou que existia uma anotação do empresário que dizia "Aumentar Keiko 500".
Marcelo Odebrecht também disse na sua declaração que nunca chegou a se encontrar com a então candidata e, embora tenha dito que Barata tem a informação sobre se entregou o financiamento, considerou que "é quase certo que houve uma contribuição para sua campanha e para o partido", e que sua anotação se referia "com segurança" a US$ 500 mil.
Após as publicações dessas declarações, legisladores do partido Força Popular utilizaram o Twitter para responsabilizar a Promotoria pelo suposto vazamento e exigir que o conteúdo oficial da declaração seja tornado público.
No Peru, o caso Odebrecht segue o rastro dos milionários subornos que a companhia admitiu à Justiça americana ter pagado a funcionários em troca de vencer contratos para grandes obras entre 2005 e 2014, período que abrange os mandatos presidenciais de Toledo, García e Humala, o único que atualmente está detido, enquanto é investigado por estas denúncias.
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