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Bulgária inicia sua Presidência da UE com onda de protestos

11/01/2018 13h07

Sófia, 11 jan (EFE).- Vários protestos contra a corrupção, a baixa qualidade de vida e em defesa do meio ambiente estão convocados para esta quinta-feira em Sófia, coincidindo com o começo oficial da Presidência da Bulgária da União Europeia (UE).

Pela manhã houve uma concentração em frente ao Parlamento que exigia que a Bulgária ratificasse o Convênio de Istambul sobre prevenção e luta contra a violência contra a mulher.

Esse protesto respondia às reticências de um dos membros da coalizão de Governo, os ultra-nacionalistas Patriotas Unidos, quanto a assinar o documento, o que provocou atritos com o principal partido do Executivo, o conservador GERB.

Policiais e bombeiros também protestarão para pedir aumento salarial de 15% e se concentrarão frente ao Teatro Nacional, onde acontecerá a cerimônia oficial da UE.

O primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov, recebeu nesta manhã membros do sindicato dos policiais, aos quais prometeu 50 milhões de euros em salários.

Apesar dessa promessa, os policiais confirmaram o protesto para esta tarde.

O salário médio no país mais pobre da UE é de 500 euros, enquanto a pensão mínima chegou a 100 euros no ano passado.

Para o mesmo horário do protesto dos policiais está convocada uma manifestação ecologista contra a autorização do Governo para construir mais instalações turísticas no Parque Nacional Pirin, parte do Patrimônio Mundial da Unesco.

Ao mesmo tempo, os residentes na região se concentrarão para apoiar um projeto que acreditam que impulsionará a economia local.

Outro protesto, sob o lema "Não à corrupção", também acontecerá perto do Teatro Nacional.

As autoridades reagiram a esta onda de protestos reconhecendo que é um direito nas sociedades democráticas, mas questionando a coincidência com a inauguração da Presidência da UE e a intenção "manchar a reputação e a imagem da Bulgária".

De fato, o Governo conseguiu neutralizar outros dois protestos, concedendo fundos adicionais à Universidade de Sófia e à Academia Búlgara de Ciências, que tinham anunciado manifestações para denunciar o que consideram um financiamento público insuficiente. EFE

vp-as/cs