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Milhares de mulheres voltam às ruas na Polônia para defender direito ao aborto

Wojtek Radwanski/AFP
Imagem: Wojtek Radwanski/AFP

17/01/2018 15h26

Milhares de mulheres protestaram nesta quarta-feira (17) em 50 cidades da Polônia contra a nova tentativa do governo de endurecer a legislação sobre o aborto. A Polônia é hoje governada pelo partido conservador e nacionalista Lei e Justiça.

A maior parte das manifestantes vestiu preto, como fizeram em outubro de 2016, quando vários protestos obrigaram o Lei e Justiça a voltar atrás em um projeto de restringir o acesso ao aborto, apesar de o partido contar com maioria absoluta no parlamento.

O estopim das manifestações foi o projeto de lei para limitar o aborto voluntário, aceito pelo parlamento no dia 10 de janeiro. Uma comissão parlamentar está revisando a proposta - uma iniciativa do grupo Stop Aborcja, que busca proibir a prática em casos em que o feto apresente má formação ou doenças irreversíveis.

O líder do Lei e Justiça, Jaroslaw  Kaczynski, já defendeu em repetidas ocasiões a proibição do aborto eugênico, quando a gravidez é interrompida por motivos referentes à qualidade de vida do bebê.

A Polônia possui uma das legislações mais restritivas sobre o aborto na Europa. A atual lei, de 1993, só permite o aborto quando a saúde ou a vida da mãe estão em perigo, em casos de estupro ou incesto, ou se o feto sofre de má formação ou doença irreversível.

No dia 10, quando o parlamento aceitou o projeto de lei, optou por recusar uma proposta dos cidadãos para legalizar o aborto. A proposta permitiria a interrupção da gravidez dentro dos primeiros meses de gestação em casos nos quais a mãe justifique danos psicológicos ou condições sociais adversas para ter o bebê.

A votação abriu uma divisão no principal partido de oposição, a Plataforma-Cidadã, de centro-direita, que expulsou três deputados que votaram contra a iniciativa popular para ampliar o acesso ao aborto.