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Papa recorda "violações dos direitos humanos" em ditadura no Chile após missa

17/01/2018 12h57

Temuco (Chile), 17 jan (EFE).- O papa Francisco lembrou no aeroporto de Maquehue, em Temuco (Chile), cidade onde nesta quarta-feira realizou uma missa, que "aconteceram graves violações de direitos humanos" no local, onde funcionava um centro de detenção e tortura durante os anos da ditadura de Augusto Pinochet.

Francisco lembrou dos fatos durante a homilia que pronunciou neste aeroporto durante sua visita à região da Araucanía, terra de origem dos mapuches.

Utilizando um verso da canção de Violeta Parra, "Arauco tem uma pena que não posso calar, são injustiças de séculos que todos aplicam", o papa quis destacar que esta terra, a mais pobre do Chile, também está cheia "de pena e dor".

Algumas organizações de Direitos Humanos pediram à organização responsável pela visita do papa que a missa do papa não fosse realizada neste local pela lembrança negativa que tinha.

Francisco cumprimentará amanhã, antes da missa em Iquique, duas pessoas que sofreram na ditadura de Pinochet e que lhe entregarão uma carta.

No resto da homilia dedicada aos problemas indígenas da Aracaunía, entre eles os mapuches e suas reivindicações, Francisco condenou a violência na região, em uma clara referência ao ocorrido no passado e aos últimos episódios nesta região, ainda que sem citá-los.

Francisco disse que existem duas formas de violência que ameaçam os processos de unidade e reconciliação.

A primeira, citou, "é elaborar acordos que nunca são concretizados, porque frustra a esperança", e a segundo é o uso da violência.

"A defesa da cultura do reconhecimento mútuo não pode ser construída com base na violência e na destruição que termina tirando vidas humanas. Não é possível pedir reconhecimento aniquilando o outro, porque isto desperta maior violência e divisão", argumentou. EFE

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